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Abu Bakr, o verídico (parte 2 de 3): Somos dois e Deus é o terceiro

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1480 2015/04/13 2024/04/19

O profeta Muhammad, que Deus o cubra com louvores, e companheiro próximo Abu Bakr tinham menos de três anos de diferença.  Ambos nasceram na mesma tribo árabe, os Coraixitas, mas de clãs diferentes.  A maior parte da infância do profeta Muhammad foi passada em pobreza relativa, enquanto que Abu Bakr vinha de uma família relativamente rica.  Ambos viviam e se comportavam de maneira calma e digna e ambos tinham eliminado a idolatria de suas vidas.  Quando o profeta Muhammad recebeu sua missão de propagar a mensagem do Islã, o primeiro homem para o qual se voltou foi seu amigo Abu Bakr.  Sem momentos de hesitação Abu Bakr aceitou o Islã e começou uma jornada de dedicação e amor que durou o resto de sua vida.


Abu Bakr amava profundamente seu amigo e estava pronto e apto a aceitar facilmente a verdade do Islã.  Quando ouviu a mensagem de que Deus era Único, estava pronto para aceitar o que já sabia ser verdade.  Sua filha Aisha narrou que em toda sua vida Abu Bakr nunca se prostrou para um ídolo.  O próprio Abu Bakr relata que quando era criança, seu pai o levou a um lugar de ídolos e o deixou lá entre as estátuas.  O menino olhou para os objetos inanimados ao seu redor e perguntou a eles qual benefício poderiam lhe proporcionar.  Quando os ídolos foram incapazes de responder, Abu Bakr decidiu que não adoraria algo que não podia ouvir ou ver.  De maneira inata compreendeu que estátuas e ídolos não merecem adoração.


O amor de Abu Bakr pelo Deus Verdadeiro e Único e seu apoio a seu amigo Muhammad significaram que no início do Islã fosse frequentemente perseguido e espancado sem misericórdia.  A maioria dos mecanos odiava ouvir a mensagem reforma e prestação de contas vinda de Muhammad.  Eram guardiões da idolatria e tinham uma receita muito grande feita dos peregrinos que visitavam um ou mais ídolos adorados em Meca.  Se Muhammad tivesse sucesso em unir o povo na adoração do Deus Único e seus modos corruptos fossem erradicados, suas vidas mudariam de maneira irreversível.


A migração

O tratamento chocante, a tortura e a brutalidade direcionada aos muçulmanos fez com que o profeta Muhammad enviasse muitos deles para longe, para sua própria proteção.  A segunda das duas migrações foi para a cidade próxima de Yathrib, mais tarde chamada de Medina.  Embora seja frequentemente chamada de fuga, na verdade foi uma migração planejada de forma cuidadosa.  As duas tribos de Yathrib tinham negociado um tratado com o profeta Muhammad e ofereceram a ele sua aliança e proteção, mas naquele estágio o profeta Muhammad não tinha recebido permissão de Deus para deixar Meca.  Ele, entretanto, enviou seus seguidores para Yathrib em grupos pequenos o suficiente para não atrair a atenção dos mecanos.


Um dia no calor do meio-dia o profeta Muhammad visitou a casa de seu amigo Abu Bakr.  As ruas de Meca estavam desertas e Abu Bakr sabia que essa visita era de grande importância, porque essa hora do dia era reservada para o descanso.  O profeta Muhammad pediu a Abu Bakr para "esvaziar a casa", significando que tinha algo importante e particular para discutir.  Abu Bakr respondeu: "Essa e sua família."  O profeta Muhammad entrou e revelou a seu amigo que Deus havia lhe dado permissão para deixar Meca.  Aisha narra que o pai chorou quando ouviu que seria o companheiro do profeta Muhammad na viagem.


Abu Bakr chorou não de medo, embora soubesse que a viagem seria perigosa, mas de pura alegria.  Essa era uma oportunidade de passar mais que dez dias viajando sozinho com seu companheiro mais querido.  Era uma oportunidade de passar muitos dias e noites bebendo da fonte da missão profética.  Abu Bakr anunciou que tinha camelos preparados e estava pronto para ir, porque ele também estava esperando que seu companheiro Muhammad recebesse permissão para partir.  Naquela noite os dois amigos saíram pela porta dos fundos e caminharam na paisagem escura do deserto.


A busca

Quando os mecanos perceberam que o profeta Muhammad tinha escapado de Meca, escapando de seus planos para matá-lo, ficaram furiosos.  As buscas começaram pelas áreas vizinhas.  Embora suspeitassem que o profeta Muhammad estivesse a caminho de Yathrib, enviaram olheiros para todas as direções.  Abu Bakr e o profeta Muhammad passaram três dias escondidos em uma caverna ao sul de Meca.

Em um dado momento um grupo de busca chegou tão perto da entrada da caverna que Abu Bakr pode ver os sapatos dos integrantes do grupo acima dele.  Estava cheio de medo e trepidação, não por si próprio, porque era um homem corajoso, mas seu amigo querido.  Abu Bakr sussurrou: "Mensageiro de Deus, se olharem para baixo nos verão!" O profeta Muhammad respondeu: "Abu Bakr, o que você acha de duas pessoas em que Deus é o terceiro?"  Deus revelou o versículo seguinte do Alcorão em resposta a esse momento comovente.


"Se não o socorrerdes (o Profeta), Deus o socorrerá, como fez quando os incrédulos o desterraram. Quando estava na caverna com um companheiro, disse-lhe: Não te aflijas, porque Deus está conosco! Deus infundiu nele o Seu sossego, confortou-o com tropas celestiais que não poderíeis ver, rebaixando ao mínimo a palavra dos incrédulos, enaltecendo ao máximo a palavra de Deus, porque Deus é Poderoso, Prudentíssimo." (Alcorão 9:40)


Os mecanos zangados e frenéticos pararam do lado de fora da caverna, mas não entraram.  Uma aranha tinha tecido uma teia na entrada da caverna, fazendo parecer que ninguém havia entrado na caverna há muito tempo.  Abu Bakr compreendeu as palavras de seu amado amigo de que o poder de Deus se manifesta nos lugares menos esperados.  Uma aranha pequena e frágil tecendo uma teia de ocultação era mais poderosa que um exército.  Abu Bakr, o primeiro homem a entrar no Islã se tornou um de dois.  Dois amigos unidos em uma missão, ligados por seu amor e pela nação muçulmana que se formava, fortalecidos por seu amor ao Deus Verdadeiro e Único.

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