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Uma Breve História do Islã (parte 5 de 5): O Califado de Uthman ibn Affan

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1564 2015/02/07 2024/12/30

Eleição de Uthman

Umar ibn Al-Khattab, o segundo califa do Islã, foi esfaqueado por um servo persa, Abu Lu’lu’ah, um mágico persa, enquanto liderava a oração de Fajr.  Enquanto Umar estava deitado em seu leito de morto, as pessoas à sua volta pediram que apontasse seu sucessor.  Umar nomeou um comitê de seis pessoas para escolherem o próximo califa entre eles.


Esse comitê consistia de Ali ibn Abi Talib, Uthman ibn Affan, Abdur-Rahman ibn Awf, Sad ibn Abi Waqqas, Az-Zubayr ibn Al-Awam, e Talhah ibn Ubayd Allah, que estavam entre os eminentes Companheiros do Profeta, que Deus envie Seus louvores sobre ele, e tinham recebido durante suas vidas as boas novas do Paraíso.


As instruções de Umar eram que o Comitê de Eleição escolhesse o sucessor dentro de três dias, e que ele assumisse o posto no quarto dia.  Como dois dias se passaram sem uma decisão, os membros ficaram ansiosos já que o tempo estava passando rápido e não havia uma solução à vista para o problema.  Abdur-Rahman ibn Awf ofereceu abrir mão de sua reivindicação se os outros concordassem em aceitar sua decisão.  Todos concordaram em deixar que Abdur-Rahman escolhesse o novo califa.  Ele entrevistou cada nomeado e saiu por Medina perguntando às pessoas sua escolha.  Finalmente selecionou Uthman como o novo califa, já que a maioria das pessoas o escolheu.


Sua Vida como um Califa

Uthman viveu uma vida simples mesmo após se tornar um líder do estado islâmico.  Teria sido mais fácil para um homem de negócios bem sucedido como ele levar uma vida luxuosa, mas ele nunca teve esse objetivo nesse mundo.  Seu único objetivo era provar o prazer da vida futura, já que sabia que este mundo é um teste e temporário.  A generosidade de Uthman continuou após se tornar califa.


Os califas eram pagos por seus serviços do tesouro, mas Uthman nunca recebeu qualquer salário por seu serviço ao Islã.  Não apenas isso, mas também desenvolveu um costume de libertar escravos toda sexta-feira, cuidar de viúvas e órfãos, e fazer caridade ilimitada.  Sua paciência e tolerância estavam entre as características que fizeram dele um líder bem-sucedido.


Uthman teve muitas realizações durante seu reinado.  Levou adiante a pacificação da Pérsia, continuou a defender o estado muçulmano contra os bizantinos, acrescentando o que hoje é a Líbia ao império, e conquistou a maior parte da Armênia.  Uthman também, através de seu primo Mu'awiyah ibn Abi Sufyan, o governador da Síria, estabeleceu uma marinha árabe que lutou uma série de importantes confrontos com os bizantinos.


Da maior importância para o Islã, entretanto, foi a compilação de Uthman do texto do Alcorão como revelado ao Profeta.  Ao perceber que a mensagem original de Deus poderia ser inadvertidamente distorcida por variantes textuais, ele nomeou um comitê para coletar os versículos canônicos e destruir as edições variantes.  O resultado foi o texto que é aceito até o dia de hoje em todo o mundo muçulmano.


Oposição e o Fim

Durante seu califado Uthman enfrentou muita hostilidade de muçulmanos novos e nominais nas novas terras islâmicas, que começaram a acusá-lo de não seguir o exemplo do Profeta e dos califas que o precederam em questões relacionadas ao governo.  Entretanto, os Companheiros do Profeta sempre o defenderam.  Essas acusações nunca o modificaram.  Permaneceu decidido a ser um governante misericordioso.  Mesmo durante a época em que seus inimigos o atacaram, ele não usou os fundos do tesouro para proteger sua casa ou a si próprio.  Como imaginado pelo Profeta Muhammad, os inimigos de Uthman dificultaram seu governo ao se oporem a ele e fazerem acusações de forma constante e incansável.  Seus oponentes finalmente conspiraram contra ele, cercaram sua casa e encorajaram as pessoas a matá-lo.


Muitos de seus conselheiros pediram a ele para parar o ataque, mas ele não o fez, até que foi morto enquanto recitava o Alcorão exatamente como o Profeta havia predito.  Uthman morreu como um mártir.


Anas ibn Malik narrou o seguinte:

“O Profeta uma vez escalou a montanha de Uhud com Abu Bakr, Umar e Uthman. A montanha estremeceu com eles. O Profeta disse (à montanha): ‘Fique firme, Ó Uhud! Porque sobre você existe um Profeta, alguém confiável que me apoiou desde o início e dois mártires.’” (Saheeh al-Bukhari)

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