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Preservação da Sunnah por Deus (parte 1 de7): O Entendimento dos Companheiros de Sua Pesada Responsabilidade

Auther : Jamaal al-Din Zarabozo
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867 2020/01/14 2024/11/17

Introdução: A Sunnah e Seu Lugar no Islã

A Sunnah se refere às ações, afirmações e modo de vida do Profeta Muhammad, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele.  É um aspecto essencial de todo o sistema do Islã.  O próprio Deus no Alcorão ordenou aos muçulmanos que tomassem o Profeta como seu modelo e que ouvissem e obedecessem às suas palavras.  A Sunnah é a expressão prática normativa final do Islã.  Também é a explicação definitiva do Alcorão.  Sem ela não pode haver entendimento verdadeiro de como implementar o Islã.  Responsabilidades

Está claro no Alcorão que as primeiras pessoas tinha distorcido, alterado e de maneira geral falhado em preservar de forma constante a mensagem que receberam. 

Saheeh Al-Bukhari, Saheeh Muslim)

Essa instrução do Profeta pode ser vista em várias de suas declarações, algumas das quais foram narradas por diversos companheiros.  Por exemplo, o Profeta disse:

“Que Deus torne radiante o homem que ouviu o que disse e preservou em sua memória até transmitir para outro. Talvez aquele para quem transmitiu tenha melhor entendimento que ele.” [3]

O Profeta também os avisou de forma muito firme sobre transmitir algo que não fosse correto.  Usando a palavra árabe kadhab, que no dialeto do Profeta não significava “mentir”, mas transmitir algo que não está correto, o Profeta afirmou:

Transmita de mim, mesmo que seja apenas um versículo. E narre [histórias] das tribos de Israel e não há mal nisso. E quem quer que falsamente atribua algo de minha autoridade deve ter seu próprio assento no Inferno

(Saheeh Al-Bukhari)

Parece que o Profeta reforçou esse aviso em várias ocasiões, uma vez que essas palavras foram registradas como vindas do Profeta por mais de cinquenta companheiros.[4]

Sendo assim, os companheiros perceberam que tinham que ser muito cuidadosos em suas narrativas.  Compreenderam que o aviso acima se referia a quem falsamente atribuísse algo ao Profeta de forma intencional e também não intencional.  Em um relato registrado em Sahih al-Bukhari, o companheiro al-Zubair foi questionado porque não narrou tantos hadiths quanto outros relataram.  Ele respondeu: ‘Nunca me separei dele [ou seja, o Profeta]. Entretanto, o ouvi dizer’: “Quem quer que falsamente atribua algo de minha autoridade deve ter seu próprio assento no Inferno.” Comentando sobre essa afirmação, ibn Hajar[5] destacou que al-Zubair obviamente não estava falando a respeito de forjar algo em nome do Profeta. Ao contrário, ele temia que se narrasse muito, poderia cometer erros. E esses erros o colocariam sob as condições do aviso mencionado naquele hadith.[6]

Anas ibn Maalik também disse: ‘Se não temesse cometer um erro, narraria a vocês algumas das coisas que ouvi do Mensageiro de Deus. Entretanto, o ouvi dizer’: “Quem quer que falsamente atribua algo de minha autoridade deve ter seu próprio assento no Inferno.” [7] Isso, mais uma vez, implica que Anas, um companheiro, entendeu que a ameaça feita naquele hadith também se aplicava a quem cometesse erros não intencionais na narração de hadiths.

Na realidade, alguns dos companheiros, como Abu Hurairah, continuaram a estudar e memorizar os hadiths que aprenderam do Profeta.  Consequentemente, não havia muito a temer com respeito a cometimento de erros.  Por outro lado, os que não eram dedicados a esse estudo tinham mais a temer porque suas memórias podiam falhar quando narrassem do Mensageiro de Deus.

FOOTNOTES:

  1. Esse autor discutiu detalhadamente a posição e papel da Sunnah no Islã em The Authority and Importance of the Sunnah (A Autoridade e Importância da Sunnah) (Denver, CO: Al-Basheer Company, 2000).
  2. O próprio Alcorão se refere à distorção dos primeiros livros pelos povos anteriores e também as tentativas de ocultar parte da revelação. Ver, por exemplo, Alcorão 5:14-15 e 4:46.
  3. Ver Abdul Muhsin al-Abbaad, Diraasat Hadeeth Nadhara Godu imraan Sama Muqaalati...: Riwaayah wa Diraayah (nenhuma informação de publicação fornecida), passim.
  4. Cf., Sulaimaan al-Tabaraani, Turuq Hadeeth Man Kadhaba Alayya Mutamadan (Beirute: al-Maktab al-Islaami, 1990), passim.
  5. Um dos comentadores mais destacados de Saheeh Al-Bukhari – IslamReligion.com
  6. Ahmad ibn Hajar, Fath al-Baari Sharh Saheeh al-Bukhaari (Meca: Maktabah Daar al-Baaz, 1989), vol. 1, p. 201.
  7. Essa narração foi registrada por al-Daarimi.  De acordo com Abdul Rahmaan al-Birr, sua cadeia é sahih. Cf., Abdul Rahmaan al-Birr, Manaahij wa Adaab al-Sahaabah fi al-Taallum wa al-Taleem (Al-Mansoorah, Egito: Daar al-Yaqeen, 1999), p. 183.



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