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  2. A CRENÇA dos Seguidores do Profeta Muhammad e a tendência da maioria dos Muçulmanos
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Destino e Decreto Divino

Crença:

Acreditamos nos destino, ainda que seja agradável ou desagradável, o qual Allah tem medido e ordenado para todas as criaturas de acordo com o Seu conhecimento prévio e considera adequadas por Sua sabedoria.

Níveis de crença:

Crença no destino tem quatro níveis:

1)   Conhecimento: Nós acreditamos que Allah, Exaltado Seja, sabe de tudo. Ele sabe o que aconteceu e o que vai acontecer e como irá acontecer. Seu conhecimento é eterno. Ele não adquire novo conhecimento nem esquece aquilo que sabe.

2)   Gravação: Nós acreditamos que Allah tenha gravado numa Tábua Segura (al-Lawh al-Mahfud) tudo o que vai acontecer até ao Dia do Julgamento:

“Vós não sabeis que Allah sabe de tudo o que existe nos Céus e na Terra? Certamente que estará num livro. Certamente que para Allah é uma tarefa fácil” (22:70)

3)   Testemunho: Nós acreditamos que Allah tenha desejado tudo o que está nos Céus e na Terra. Nada acontece exceto por Sua vontade. O que quer que Ele deseja terá lugar e o que quer que Ele não deseja não terá lugar.

4)   Criação: Nós acreditamos que

“Allah é o Criador de todas as coisas; Ele é o Guardião de todas as coisas e a Ele pertencem as chaves dos Céus e da Terra” (39:62-63). Este nível inclui o que quer que o próprio Allah faça e o que quer que suas criaturas façam. Assim, cada dizer, ação ou omissão das criaturas é conhecido por Allah, que tem gravado, desejado e criado:

“Para aquele de vós que será honrado. Mas vós não desejareis exceto o que Allah deseja, O Senhor dos Mundos” (81:28-29);

“tivesse Allah desejado, não teriam lutado um contra o outro, mas Allah faz o que Ele deseja” (2:253);

“Se Allah desejasse, não o teriam feito, mas deixá-los sozinhos com as suas invenções” (6:137);

 

“Allah criou você e o que você faz” (37:96).

A livre vontade do ser humano:

Acreditamos, porém, que Allah concedeu ao homem um poder e uma livre vontade pelos quais ele executa as suas ações. Que as ações desses homens são feitas por sua livre e espontânea vontade e poder, pode comprovar-se por meio dos seguintes pontos:

1)   Allah diz:

“Portanto, abordem os vossos campos (esposas) quando e como desejarem” (2:223)

“Se tivessem desejado ir adiante, eles teriam feito alguma preparação para isso” (9:46). Nestes versos, Allah afirmou para o homem: “ir adiante” por sua vontade e uma “preparação” por seu desejo.

2)   Dirigindo o homem para fazer ou não fazer, se o homem não tem livre vontade e poder, essas direções significam que Allah está pedindo para fazer o que ele não pode fazer. Esta proposta é rejeitada pela sabedoria de Allah, misericórdia e verdadeira declaração:

“Allah não impõe a ninguém obrigação para além de suas capacidades” (2:286)

3)   Louvando as Suas ações virtuosas e culpar o malfeitor pelos seus atos e recompensar cada um deles com o que ele merece. Se a ação não for feita por livre vontade do indivíduo, elogiar o virtuoso é uma anedota e punir os malfeitores é uma injustiça, porque Allah está evidentemente, longe de ser injusto.

4)   Allah tem enviado mensageiros que são:

“o sustento de boas notícias, e de aviso, a fim de que os humanos não tenham qualquer argumento contra Allah depois dos mensageiros” (4:165). Se as ações do indivíduo não forem realizadas de sua livre vontade, a sua argumentação não é invalidada pelo envio dos mensageiros.

5)    Cada executor de ações sente que ele faz ou não faz uma coisa sem qualquer coerção. Ele ergue-se e senta-se, entra e sai, viaja e fica de sua livre vontade, sem sentir que alguém o obriga a qualquer uma destas ações. De fato, ele distingue claramente entre o fazer algo por sua livre vontade e alguém forçando-o a fazer estas ações. A lei Islâmica também sabiamente distingue entre esse estado de assuntos. Não punirá um pecador por uma ação feita sob coerção.

O pecador não pode se desculpar com a predestinação quando comete um pecado:

Consideramos que o pecador não pode se desculpar com a predestinação quando comete um pecado, porque ele comete os seus pecados por sua livre vontade, sem saber o que Allah tinha decretado para ele, porque ninguém sabe o decreto de Allah antes que ele tenha acontecido:

“Ninguém sabe o que irá ganhar amanhã” (31:34).

Como é possível então se desculpar com uma prova que desconhecia que iria acontecer. Allah invalidou este tipo de argumento dizendo:

“Os idólatras dirão: ‘Se Allah quisesse não teríamos sido idólatras, nem nossos pais, nem teríamos proibido qualquer coisa’ Assim fizeram os povos antes deles gritando mentiras até que provaram a nossa força. Dizei: ‘Tereis quaisquer provas que podereis mostrar-nos? Vocês seguem senão suposição, e vós estais mentindo’” (6:148).

Nós dizemos ao pecador que está usando o decreto divino como desculpa: ‘Porque não executeis ações de obediência, partindo do princípio que Allah os tinha decretado para vós, uma vez que vós não sabeis a diferença entre boas ações e pecados? É por isso que, quando o Profeta Muhammad disse aos seus companheiros que a posição de todos nós no paraíso e no inferno já tinha sido atribuída, disseram: “Acaso não devemos nos confiar a aquilo que foi predestinado e abandonar as obras?” Ele disse: “Não, obrai, que cada um de vocês achará fácil obrar segundo sua predestinação” (Bukhari e Muslim).

Nós dizemos ao pecador que está a tentar encontrar uma desculpa no decreto divino: “Suponha que você quer viajar para Meca. Existem dois caminhos que podem levá-lo até lá. Foi-lhe dito por uma pessoa de confiança que uma dessas estradas é difícil e perigosa e a outra é fácil e segura. Você seguirá a segunda. Você não seguirá a primeira estrada e dizer que fui eu que decretei. Se assim o fizer, as pessoas irão considerá-lo louco”.

Também podemos dizer-lhe: “Se lhe forem oferecidos dois empregos, um dos quais tem o salário mais alto, você irá certamente para o que tem o salário mais alto. Porque é que escolhe o que é mais baixo na vida do Além e usa o decreto divino com desculpa?”

Poderemos ainda dizer-lhe: “Nós vê-mo-los quando está perturbado com uma doença, irá bater à porta de cada médico à procura de tratamento e tolerar qualquer dor que possa resultar de operações cirúrgicas e da amargura da medicina. Porque vocês não fazem o mesmo quando o seu coração está espiritualmente doente com pecados?”

O mal não deve ser atribuído a Allah:

Acreditamos que o mal não deve ser atribuído a Allah, devido à sua perfeita sabedoria e misericórdia. O profeta disse: “E o mal não é atribuído a vós” (Muslim). Assim o decreto de Allah, só por si, não tem mal algum, porque é proveniente de misericórdia e sabedoria. O mal pode, no entanto, resultar de alguns dos Seus decretos, uma vez que o profeta disse na súplica do Qunut, a qual ele ensinou a al-Hasan: “E proteja-nos do mal do que Vós decretastes.” (Tirmidhi e Outros). Aqui, o Profeta atribuiu o mal ao que Allah decretou. Apesar disto o mal no seu decreto não é pura maldade. É particularmente mau com respeito a uma coisa e bom com respeito a outra, ou num caso é bom noutro é mau. Assim a corrupção na terra resultante da seca, doença, pobreza e medo é mau, mas é

“A corrupção surgiu na terra e no mar pelo que os homens produziram. Allah tem ordenado isto para os homens, para que estes possam provar algumas coisas das quais têm feito, a fim de que possam voltar atrás (do mal)” (30:41).

Aplicar um castigo a um criminal é bom para ele num sentido, porque se trata de uma purificação para ele, para que o castigo desta vida e o castigo da vida do além não estejam combinados para ele. Estas penas são boas em outro aspecto: a sua aplicação protege tanto a o indivíduo como para a sociedade.

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