Pesquisa
Kristin, Ex-Católica, EUA (parte 2 de 2)
Nesse ponto estava tão confusa e frustrada quanto quando comecei minha busca. Senti-me jogando os braços para o alto, para Deus, e gritando: “E agora?” Não era uma judia, não era uma cristã; era apenas uma pessoa que acreditava em um Deus. Pensei em desistir de uma religião organizada. Tudo que queria era a verdade, não me importava de que livro sagrado vinha; apenas a queria.
Um dia estava lendo na internet e decidi dar uma parada e encontrar uma sala de bate-papo. Notei um “chat de religião” que, claro me interessou, e cliquei. Vi uma sala chamada “chat islâmico”. Devia entrar? Esperava que nenhum terrorista conseguisse acesso ao meu email e me enviasse vírus – ou pior. Imagens de homens enormes vestidos em negro com barbas enormes vindo à minha porta e me sequestrando apareceram em minha mente. (Dá para perceber o quanto eu sabia sobre o Islã - zero!) Mas então pensei que era só uma investigação inocente. Decidi entrar e notei que as pessoas na sala não eram tão assustadoras quanto tinha imaginado. De fato, a maioria deles se chamava de “irmão” ou “irmã” mesmo que tivessem acabado de se encontrar! Disse oi para todos e pedi a eles para falarem o básico do Islã – sobre o qual eu nada sabia. O que eles tinham a dizer era interessante e coincidia com o que já acreditava. Algumas pessoas me ofereceram livros e eu aceitei. (A propósito, nunca peguei nenhum vírus e nenhum homem apareceu na minha porta para me levar embora, exceto meu marido, mas fui espontaneamente!)
Quando saí do bate-papo fui diretamente para a biblioteca e chequei cada livro sobre o Islã, como tinha feito com o Judaísmo. Agora estava interessada em ler e aprender mais. Antes de ter uma enorme pilha de livros em casa, queria examinar alguns. Esse foi um momento decisivo para mim... Os primeiros poucos que examinei explicavam o básico mais detalhadamente, alguns eram muito didáticos e tinham algumas figuras de belas e enormes mesquitas com mulheres usando lenços. Felizmente também chequei um Alcorão... o abri aleatoriamente e comecei a ler. A linguagem foi o que me afetou primeiro, porque senti uma autoridade falando comigo, não um homem falando como aconteceu com os outros textos “sagrados”. A passagem que li (e infelizmente não sei qual era) falava sobre o que Deus espera de você nessa vida e como vivê-la de acordo com Seus mandamentos. Afirmava que Deus é Benevolente, Misericordioso e Perdoador. E o mais importante, que o nosso retorno era para Ele. Antes que me desse conta, pude ouvir cada uma das minhas lágrimas quando atingiram as páginas do que estava lendo. Estava chorando no meio da biblioteca porque, finalmente, depois de toda minha busca e curiosidade tinha encontrado o que estava procurando – o Islã. Sabia que o Alcorão era único porque tinha lido muita literatura religiosa e NENHUMA era tão clara ou me passou essa sensação. Agora eu podia ver a sabedoria de Deus... por me deixar explorar o Judaísmo e o Cristianismo tão profundamente antes de encontrar o Islã, para que eu pudesse compará-los e perceber que NADA se compara ao Islã.
Daquele ponto em diante continuei pesquisando o Islã. O abordei procurando inconsistências como tinha feito com o Judaísmo e o Cristianismo, mas não havia nenhuma. Explorei o Alcorão, buscando por qualquer discrepância; até essa data não fui capaz de encontrar NENHUMA inconsistência nele! Outra ótima coisa que amo sobre o Alcorão é que desafia o leitor a questioná-lo. Diz a seu próprio respeito que se não fosse de Deus você certamente encontraria muita inconsistência nele! O Islã não apenas era livre de inconsistências, mas também tinha uma resposta para qualquer pergunta que pudesse pensar – uma resposta que fazia sentido.
Depois de três meses decidi que o Islã era a resposta e fiz minha conversão oficial dizendo a Shahada. Entretanto, tive que fazer minha Shahada através de um microfone com um imame da Pensilvânia porque não havia muçulmanos ou mesquitas perto de mim (a MAIS PRÓXIMA ficava a 6 horas de distância). Nunca me arrependi da decisão de me converter. Uma vez que não havia muçulmanos vivendo perto de mim, tive que tomar a iniciativa e aprender sozinha, mas nunca me cansei porque estava aprendendo a verdade. Aceitar o Islã foi um despertar do meu espírito, de minha mente e até de como via o mundo.
Posso comparar com alguém que tem visão ruim; se esforça para acompanhar a turma, não se concentra e está constantemente sendo desafiado por sua dificuldade. Se simplesmente recebe um par de óculos tudo se torna claro e em foco. É assim a minha experiência com o Islã: como receber um par de óculos que, pela primeira vez, me permitiram realmente ver.