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A História de Abraão (parte 3 de 7): O Iconoclasta

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1585 2015/06/20 2024/12/21

Veio o momento no qual a pregação tinha que estar acompanhada de ação física.  Abraão planejou um ataque corajoso e decisivo na idolatria.  O relato corânico é ligeiramente diferente do mencionado nas tradições judaico-cristãs, porque dizem que Abraão destruiu os ídolos pessoais de seu pai.[1] O Alcorão nos diz que ele destruiu os ídolos de seu povo, mantidos em um altar religioso.  Abraão idealizou um plano envolvendo os ídolos:

“Por Deus que tenho um plano para os vossos ídolos, logo que tiverdes partido.” (Alcorão 21:57)

Era a época de um festival religioso, talvez dedicado a Sin, razão pela qual tinham deixado a cidade.  Abraão foi convidado para participar das festividades, mas apresentou uma desculpa:

“Ele olhou para as estrelas. E disse: Sinto-me doente.”

Então, quando partiram sem ele, veio sua oportunidade.  Como o templo estava deserto, Abraão foi até lá e se aproximou dos ídolos de madeira revestidos em ouro, que tinham à sua frente refeições elaboradas deixadas pelos sacerdotes.  Abraão ironizou-os em descrença:

“Então se voltou para seus deuses e disse: Não comerão? O que os incomoda que não falam?”

O que teria iludido um homem para que adorasse deuses que ele mesmo esculpiu?

“Então os atacou, batendo-lhes com sua mão direita.”

O Alcorão nos diz:

“Ele os reduziu a fragmentos, todos exceto o mais importante deles.”

Quando os sacerdotes do templo retornaram ficaram chocados ao ver o sacrilégio, a destruição do templo.  Estavam se perguntando quem teria feito aquilo com seus ídolos quando alguém mencionou o nome de Abraão, explicando que ele costumava falar mal deles.  Quando o chamaram à sua presença, coube a Abraão mostrar-lhes sua tolice:

“Ele disse: Adorais o que vós mesmo esculpis quando Deus vos criou e ao que fazeis?”

Cada vez mais irados e sem disposição para ouvir sermões, foram direto ao ponto:

“Foste tu que fizeste isso com nossos deuses, Abraão?”

Mas Abraão havia deixado o maior dos ídolos intocado por uma razão:

“Ele disse: Mas esse, seu chefe, fez isso. Questione-os, se puderem falar!”

Quando Abraão os desafiou, ficaram confusos.  Culparam-se mutuamente por não terem protegido os ídolos e, sem encará-lo, disseram:

“De fato, sabeis que eles não falam!”

Então Abraão argumentou.

“Ele (Abraão) disse: Porventura, adorareis, em vez de Deus, quem não pode beneficiar-vos ou prejudicar-vos em nada? Que vergonha para vós e para os que adorais, em vez de Deus! Não raciocinais?”

Os acusadores se transformarem em acusados.  Foram acusados de inconsistência lógica, e não tiveram resposta para Abraão.  Como o raciocínio de Abraão era incontestável, sua resposta foi ódio e fúria, e condenaram Abraão a ser queimado vivo:

“Preparai para ele uma fogueira e arrojai-o no fogo!”

Todas as pessoas da cidade ajudaram a juntar a madeira para o fogo, até que se transformou no maior fogo que tinham visto.  O jovem Abraão se submeteu ao destino o Senhor dos Mundos escolheu para ele.  Não perdeu sua fé. Ao contrário, o teste o fez mais forte.  Abraão não vacilou em face de uma morte terrível apesar de sua pouca idade; ao contrário, suas últimas palavras antes de entrar no fogo foram:

“Deus é suficiente para mim e Ele é o melhor para cuidar de todos os assuntos.” (Saheeh Al-Bukhari)

Mais uma vez um exemplo de Abraão diante dos testes que enfrentou.  Sua crença no Verdadeiro Deus foi testada aqui, e ele provou que estava preparado para entregar sua existência ao chamado de Deus.  Sua crença foi evidenciada por sua ação.

Deus não queria que esse fosse o destino de Abraão, porque ele tinha uma grande missão à sua frente.  Ele seria o pai de alguns dos maiores profetas conhecidos da humanidade.  Deus salvou Abraão como um sinal para ele e também para seu povo.

“Nós (Deus) dissemos: Ó fogo, sê frescor e poupa Abraão! Intentaram conspirar contra ele, porém, fizemo-los perdedores.”

Assim, Abraão escapou do fogo ileso.  Tentaram buscar revanche para seus deuses, mas eles e seus ídolos foram humilhados no final.



Footnotes:

[1] The Talmud: Selections, H. Polano. (https://www.sacred-texts.com/jud/pol/index.htm).

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