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Crença em Deus (parte 2 de 3)

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1808 2013/11/20 2024/12/07

Crença em Deus no Islã consiste de quatro questões:

 

(I) Crença na existência de Deus.

 

(II)  Deus é o Senhor Supremo.

 

(III)  Deus somente é merecedor de adoração.

 

(IV)  Deus é conhecido pelos Seus Mais Belos Nomes e Atributos.

(I)  Crença na Existência de Deus

 

A existência de Deus não requer prova através de argumentos científicos, matemáticos ou filosóficos.  A Sua existência não é uma ‘descoberta’ a ser feita pelo método científico ou teorema matemático a ser provado.  Falando de forma simples, o mero bom senso testemunha a existência de Deus.  De um navio se conhece o construtor do navio, do cosmos se conhece o seu Criador.  A existência de Deus também é conhecida pelas respostas às orações, milagres dos profetas e o ensinamento de todas as escrituras reveladas.

 

No Islã, o ser humano não é visto como uma criatura pecaminosa a quem a mensagem do Paraíso é enviada para curar a ferida do pecado original, mas como um ser que continua a carregar a natureza primordial (al-fitrah), uma impressão em sua alma que repousa enterrada profundamente sob camadas de negligência.  Os humanos não nascem pecaminosos, mas esquecidos do que Deus disse:

 

“Eu não sou o teu Senhor?  Eles dizem: ‘Sim, nós testemunhamos.’” (Alcorão 7:172)

 

Nesse versículo, o “eles” se refere a todos os seres humanos, homens e mulheres.  O ‘sim’ confirma a afirmação da unicidade de Deus por nós em nosso estado pré-cósmico.  A doutrina islâmica afirma que homens e mulheres continuam a carregar o eco desse ‘sim’ bem no fundo de suas almas.  A chamada do Islã é direcionada à essa natureza primordial, que pronunciou ‘sim’ mesmo antes de ter habitado a terra.  O conhecimento de que esse universo tem um Criador é algo instintivo no Islã e, portanto, não requer prova.  Os cientistas, como Andrew Newberg e Eugene D’Aquili, ambos filiados à Universidade da Pensilvânia e pioneiros em pesquisa neurológica da religião, dizem “Nós somos conectados por Deus.”[1]

 

O Alcorão Sagrado diz retoricamente:

 

“Pode haver qualquer dúvida sobre Deus, o Criador dos céus e da terra?” (Alcorão 14:10)

 

Alguém pode perguntar, ‘se a crença em Deus é natural, então por que algumas pessoas não têm essa crença?’  A resposta é simples.  Todo ser humano tem uma crença inata em um Criador, mas essa crença não é resultado de aprendizado ou pensamento dedutivo pessoal.  Com a passagem do tempo, influências externas afetam essa crença inata e confundem a pessoa.  Então, o ambiente e a educação colocam um véu sobre a natureza primordial em relação à verdade.  O Profeta do Islã, que Deus exalte todos, disse:

 

“Toda criança nasce em estado de fitrah (crença natural em Deus), então seus pais o tornam um judeu, um cristão, ou um mago." (Saheeh Muslim)

 

Freqüentemente esses véus são removidos quando um ser humano é confrontado com uma crise espiritual e fica desesperançado e vulnerável.

(II)   Deus é o Senhor Supremo

 

Deus é o único Senhor do céu e da terra.  Ele é o Senhor do universo físico e o Legislador para a vida humana.  Ele é o Mestre do mundo físico e o Governante dos assuntos dos homens.  Deus é o Senhor de cada homem, mulher e criança.  Historicamente, apenas uns poucos negaram a existência do Senhor, o que significa que através dos tempos as pessoas têm, em sua maioria, acreditado em um Único Deus, um Ser Supremo, um Criador sobrenatural.  Que Deus é o Senhor implica especificamente nos seguintes significados:

 

Primeiro, Deus é o único Senhor e Governante do mundo físico.  Senhor significa que Ele é o Criador, Controlador, e Dono dos Reinos dos céus e da terra; eles pertencem exclusivamente a Ele.  Somente Ele traz existência de não-existência, e toda a existência depende Dele para sua conservação e continuação.  Ele não criou o universo e o deixou seguir seu próprio curso de acordo com leis fixas cessando, portanto, de ter qualquer interesse posterior nele.  O poder do Deus Vivente é requerido a todo momento para sustentar todas as criaturas.  A criação não tem Senhor além Dele.

 

“Dize [Ó Muhammad]: ‘Quem vos dá sustento do céu e da terra?  Ou quem tem poder sobre a audição e a visão?  E quem faz sair o vivo do morto e faz sair o morto do vivo?  E quem administra a ordem?’  Eles dirão: ‘Deus.’ Dize: ‘Então não temeis a punição de Deus [por estabelecer rivais com Ele]?’” (Alcorão 10:31)

 

Ele é o eterno Rei e o Salvador, o Deus Amoroso, cheio de sabedoria.  Ninguém pode alterar Suas decisões.  Anjos, profetas, seres humanos, e os reinos animal e vegetal estão sob Seu controle.

 

 

 

Beleza na natureza.  As Grandes Quedas do Rio Chaudiere próximo a Saint  Georges, Quebec.  (AP Photo/Robert F. Bukaty)

 

Segundo, Deus é o único Governante dos assuntos dos homens.  Deus é o Legislador supremo,[2]  o Juiz Absoluto, e Ele distingue o certo do errado.  Assim como o mundo físico se submete ao seu Senhor, os seres humanos devem se submeter aos ensinamentos morais e religiosos de seu Senhor, o Senhor que separa o certo do errado para eles.  Em outras palavras, apenas Deus tem autoridade para fazer leis, determinar atos de adoração, decidir questões morais e estabelecer padrões de comportamento e interação humanos.  Dele é o comando:

 

“Verdadeiramente, Dele é a criação e o comando; abençoado seja Deus, o Senhor dos mundos.” (Alcorão 7:54)

 

Footnotes:

 

[1] “Why God Won’t Go Away”. Science and the Biology of Belief, p. 107.

 

[2] A existência de Deus provada pela existência de um Legislador supremo é chamada de argumento ‘ético’ pelos teólogos ocidentais.

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