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Crença em Deus (parte 3 de 3)

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1855 2013/11/20 2024/11/17

(III) Deus Somente é Merecedor de Adoração

 

O Islã coloca uma grande ênfase em como a crença em Deus se traduz em uma vida obediente, virtuosa e de boa moral ao invés de provar a Sua existência através de intrincadas teologias.  Portanto, o lema islâmico é que a mensagem básica pregada pelos profetas foi a submissão à vontade de Deus e Sua adoração, e não a prova da existência de Deus:

 

“E Nós nunca enviamos qualquer Mensageiro antes de ti [Ó Muhammad] sem que lhe revelássemos: ninguém tem o direito de ser adorado exceto Eu, então adorai-Me [Somente].” (Alcorão 21:25)

 

Deus tem o direito exclusivo de ser adorado interiormente e exteriormente, com o seu coração e ações.  Não apenas ninguém pode ser adorado aparte Dele, mas absolutamente ninguém pode ser adorado com Ele.  Ele não tem parceiros ou associados na adoração.  Adoração, em seu sentido abrangente e em todos os aspectos, é para Ele apenas.

 

“Não existe nenhum verdadeiro deus merecedor de adoração exceto Ele, o Misericordioso, o Compassivo.” (Alcorão 2:163)

 

Nunca é demais enfatizar o direito de Deus a ser adorado.  É o significado essencial do testemunho de fé do Islã: La ilah illa Allah.  Uma pessoa se torna muçulmana ao testemunhar o direito divino à adoração.  É o ponto central da crença islâmica em Deus, e até de todo o Islã.  Foi a mensagem central de todos os profetas e mensageiros enviados por Deus – a mensagem de Abraão, Isaque, Ismael, Moisés, os profetas hebreus, Jesus e Muhammad, que Deus o exalte. Por exemplo, Moisés declarou:

 

“Ouça, Ó Israel; O Senhor nosso Deus é o único Senhor.” (Deuteronômio 6:4)

 

Jesus repetiu a mesma mensagem 1.500 anos depois quando disse:

 

“O primeiro de todos os mandamentos é, ‘Ouça, Ó Israel; O Senhor nosso Deus é o único Senhor.’” (Marcos 12:29)

 

E relembrou Satanás:

 

“Afaste-te de mim, Satanás! Porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás e só a Ele darás culto.” (Mateus 4:10)

 

Finalmente, o chamado de Muhammad 600 anos depois de Jesus reverberou através dos vales de Meca:

 

“E o vosso Deus é o Único Deus: não existe deus exceto Ele.” (Alcorão 2:163)

 

Todos declararam claramente:

 

“Adorai a Deus!  Não tendes outro deus exceto Ele.” (Alcorão 7:59, 65, 73, 85; 11:50, 61, 84; 23:23)

O Que é Adoração?

 

A adoração no Islã consiste de todo ato, crença, afirmação ou sentimento do coração que Deus aprova e ama; tudo que aproxima a pessoa de Seu Criador.  Inclui adoração ‘externa’ como as orações rituais diárias, jejum, caridade e peregrinação assim como adoração ‘interna’ como a fé nos seis artigos de fé, reverência, adoração, amor, gratidão e confiança.  Deus é merecedor de adoração pelo corpo, alma e coração, e essa adoração permanece incompleta a menos que seja composta de quatro elementos essenciais: temor reverencial a Deus, amor divino e adoração, esperança na recompensa divina e extrema humildade.

 

Um dos maiores atos de adoração é a oração, invocando ajuda ao Ser Divino.  O Islã especifica que a oração deve ser direcionada somente a Deus.  Ele está em controle total do destino do homem e é capaz de prover as suas necessidades e remover o sofrimento.  Deus, no Islã, reserva o direito da oração para Si.

 

“E não invoques, além de Deus, o que não te beneficia nem te prejudica porque, se o fizeres, certamente estará entre os injustos!” (Alcorão 10:106)

 

Dar a qualquer um – profetas, anjos, Jesus, Maria, ídolos ou natureza – uma porção de adoração, que é essencialmente devida somente a Deus, como a oração, é chamado de Shirk e é o maior pecado no Islã.  Shirk é o único pecado imperdoável se não houver arrependimento, e nega o propósito essencial da criação.

(IV) Deus é conhecido Pelos Seus Mais Belos Nomes e Atributos

 

Deus é conhecido no Islã pelos Seus belos Nomes e Atributos da forma como eles aparecem nos textos islâmicos revelados sem a corrupção ou negação de seus significados óbvios, retratando-os ou pensando neles em termos humanos.

 

“E os Mais Belos Nomes pertencem a Deus, então invocai-O com eles.” (Alcorão 7:180)

 

Portanto, é inapropriado usar Causa Primordial, Autor, Substância, Ego Puro, Absoluto, Idéia Pura, Conceito Lógico, Desconhecido, Inconsciente, Ego, Idéia ou Grande Cara como Nomes divinos.  Eles simplesmente carecem de beleza e não é assim que Deus Se descreve.  Ao contrário, os Nomes de Deus indicam a Sua beleza majestosa e perfeição.  Deus não esquece, dorme ou fica cansado.  Ele não é injusto, e não tem filho, mãe, pai, irmão, associado ou ajudante.  Ele não nasceu e não deu à luz.  Ele não precisa de ninguém e é perfeito.  Ele não se torna humano para “entender” o nosso sofrimento.  Deus é O Todo-Poderoso (al-Qawee), O Incomparável (al-‘Ahad), O Que Aceita o Arrependimento  (al-Tawwaab), O Compassivo (al-Raheem), O Eterno Vivente (al-Hayy), O Sustenedor (al-Qayyum), O Onisciente (al-‘Aleem), O Que Tudo Ouve (al-Samee’), O Que Tudo Vê (al-Baseer), O Perdoador (al-‘Afuw), O Ajudante (al-Naseer), O Que Cura (al-Shaafee).

 

Os dois Nomes mais freqüentemente invocados são “O Compassivo” e “O Misericordioso.” Com exceção de um, todos os capítulos da escritura islâmica começam com a frase, “Em Nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso.” A frase é usada, pode-se dizer, pelos muçulmanos com mais freqüência do que os nomes Pai, Filho e Espírito Santo são ouvidos em invocações cristãs.  Os muçulmanos começam em Nome de Deus e se relembram da Compaixão e Misericórdia de Deus toda vez que comem, bebem, escrevem uma carta, ou fazem qualquer coisa de importância.

 

O perdão é uma dimensão importante da relação humana com Deus.  Os seres humanos são considerados fracos e inclinados ao pecado, mas Deus em Sua misericórdia terna está disposto a perdoar.  O Profeta Muhammad disse:

 

“A misericórdia de Deus supera a Sua ira.” (Saheeh Al-Bukhari)

 

Ao lado dos nomes divinos “O Compassivo” e “O Misericordioso,” os nomes “O Que Tudo Perdoa” (al-Ghafur), “O Que Perdoa” (al-Ghaf-faar), “O Que Aceita o Arrependimento” (at-Tawwaab) e “O Perdoador” (al-Afuw) estão entre os mais usados nas orações islâmicas.

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