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A Fitrah

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1721 2013/12/07 2024/11/17

Quando uma criança nasce, tem uma crença natural em Deus.  Essa crença natural é chamada de fitrah em árabe.[1]  Se uma criança for deixada sozinha, ela crescerá consciente de Deus, mas todas as crianças são afetadas pelas pressões de seu ambiente, direta ou indiretamente.  O Profeta, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele, relatou que Deus disse:


“Criei Meus servos na religião correta, mas os demônios os desviaram.”[2]

O Profeta também disse:

“Cada criança nasce em um estado de ‘fitrah’, mas seus pais fazem dela um judeu ou um cristão.  É como quando um animal dá à luz a uma prole normal.  Já notaram algum filhote nascer mutilado antes de o mutilarem?”[3]

Assim, da mesma forma que o corpo da criança se submete às leis físicas, estabelecidas por Deus na natureza, sua alma se submete naturalmente ao fato de que Deus é seu Senhor e Criador.  Mas os pais tentam fazê-la seguir seus próprios caminhos e a criança não é forte suficiente nos estágios iniciais de sua vida para resistir ou se opor aos seus pais.  A religião que a criança segue nesse estágio é a de costume e educação, e Deus não a considera responsável por essa religião.  Quando a criança fica madura na juventude e provas claras da falsidade de sua religião lhes são trazidas, o adulto deve agora seguir a religião do conhecimento e razão.”[4]  Nesse ponto os demônios tentam ao máximo encorajá-lo a permanecer onde está ou se desviar ainda mais.  Os demônios ficam satisfeitos com ele e deve agora viver no meio de uma batalha entre sua Fitrah e seus desejos, para encontrar a estrada certa.  Se escolher sua Fitrah, Deus o ajudará a superar seus desejos, mesmo que leve a maior parte de sua vida para escapar, porque muitas pessoas entram no Islã na velhice apesar de a maioria tender a fazê-lo antes disso.


Por causa de todas essas forças poderosas lutando contra a Fitrah, Deus escolheu certos homens virtuosos e revelou a eles claramente o caminho certo na vida.  Esses homens, a quem chamamos de profetas, foram enviados para ajudar nossa Fitrah a derrotar seus inimigos.  Todas as verdades e boas práticas presentes em sociedades em todo o mundo hoje vieram de seus ensinamentos, e se não fosse por seus ensinamentos, não haveria paz ou segurança no mundo.  Por exemplo, as leis da maioria dos países ocidentais são baseadas nos “Dez Mandamentos” do profeta Moisés, como “Não roubarás” e “Não matarás”, etc., mesmo que aleguem ser governos “seculares”, livres de influência da religião.


Assim, é dever do homem seguir o caminho dos profetas, já que é o único caminho que está verdadeiramente em harmonia com sua natureza.  Também deve ser muito cuidadoso para não fazer coisas simplesmente porque seus pais e os pais de seus pais o fizeram, especialmente se lhe chega o conhecimento de que essas práticas são erradas.  Se não segue a verdade, será como os povos desorientados sobre os quais Deus falou no Alcorão:


“ Quando lhes é dito: Segui o que Deus revelou! Dizem: Qual! Só seguimos as pegadas dos nossos pais! Segui-las-iam ainda que seus pais fossem destituídos de compreensão e orientação?” (Alcorão 2:170)


Deus nos proíbe de obedecer nossos pais se o que querem que façamos for contra o caminho dos profetas.  Deus disse no Alcorão:


“E recomendamos ao homem benevolência para com seus pais; porém, se te forçarem a associar-Me ao que ignoras, não lhes obedeças.” (Alcorão 29:8)

Nascido Muçulmano


Aqueles que são felizes em nascer em famílias muçulmanas devem estar conscientes de que esses muçulmanos não têm o paraíso automaticamente garantido, porque o profeta advertiu que uma grande parte da nação muçulmana seguiria os judeus e cristãos tão de perto que se entrassem em uma toca de lagarto, os muçulmanos subiriam atrás deles também.[5]  Também disse que antes do Dia do Juízo algumas pessoas adorariam ídolos.[6]  .  Hoje, existem muçulmanos em todo o mundo orando para os mortos, construindo tumbas e mesquitas sobre cemitérios e até realizando rituais de adoração ao seu redor.  Existem até alguns que alegam ser muçulmanos e que adoram Ali como Deus.[7]  Alguns transformaram o Alcorão em talismã que penduram em correntes em seus pescoços, carros ou chaveiros, etc.  Portanto, aqueles que nasceram nesse mundo muçulmano que segue cegamente o que quer que seus pais fizeram ou acreditaram, têm que parar e pensar se são simplesmente muçulmanos por acaso ou por escolha, se o Islã é o que seus pais, tribo, país ou nação fizeram ou fazem ou o que o Alcorão ensina e o profeta e seus companheiros fizeram.



Footnotes:

[1] Al-’Aqeedah at- Tahaaweeyah, (8ª ed.  1984) p.245.

[2] Saheeh Muslim

[3]  Saheeh Al-Bukhari, Saheeh Muslim.

[4] Al-’Aqeedah at-Tahaaweeyah, (5ª ed. 1972). p. 273.

[5]  Saheeh Al-Bukhari, Saheeh Muslim.

[6]  Saheeh Al-Bukhari, Saheeh Muslim.

[7] Os nussairis da Síria e os drusos da Palestina e Líbano.

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