Pesquisa
Devorah H. Bonomo, ex-católica, EUA
Minha jornada para o Islã começou quando tinha apenas seis anos de idade. Pode parecer estranho, mas é um fato! Nasci em uma família católica romana e recebi minha comunhão e minha confirmação aos seis anos de idade. Apesar disso, era muito diferente do católico comum. Orava somente para Deus, me recusava a adorar Jesus, que Deus o louve, ou a qualquer outro santo. Claro, meus pais achavam um pouco estranho, mas não falavam comigo sobre isso.
Um mês antes de minha confirmação o padre me fez uma pergunta e, depois que a respondi, ele me pediu para orar para Jesus. Lembro-me de olhar para ele e dizer que não orava para Jesus, orava para Deus! Ele prosseguiu me dizendo que Jesus era Deus, mas argumentei e disse firmemente que não era! O padre se enfureceu e quase me bateu. Mais tarde, naquela noite, meus pais receberam um telefonema dizendo que eu era rebelde, uma criança problemática e que tinha que achar meu próprio caminho! Apesar disso a igreja fez minha confirmação, mas fui excomungada pelo bispo local e nunca mais fui à igreja.
Durante toda a minha vida acreditei somente em um Deus. Comecei orando para Ele com a idade de três anos. A vida continuou e foi quando fiz quinze anos que algo interessante aconteceu. Fazíamos um curso no segundo grau chamado "Religiões do Mundo" e, a partir da mísera seção no livro que falava sobre o Islã, soube a partir daquele momento que queria ser muçulmana. Em meu momento de alegria, contei ao meu professor de história sobre o meu desejo, mas infelizmente ele me desencorajou e uma semana depois me mostrou um filme muito explícito sobre a vida de uma muçulmana. Depois que o assisti, mudei de ideia. Passei então para a minha próxima escolha, o Judaísmo. Falei com o mesmo professor e ele também foi contra, mas aceitou o fato de que isso aconteceria mais cedo ou mais tarde. Depois disso comecei a estudar livros judaicos e a me familiarizar com a história judaica em segredo. Sabia que se minha família descobrisse, nunca me aceitariam.
Os anos passaram, meu interesse aumentou e fiquei ainda mais séria em minha busca por conhecimento. Então, aos dezenove anos, fiz meu primeiro curso em Judaísmo reformado e fiquei convencida de que esse era o caminho que devia seguir na vida. Fui durante o último ano da universidade que encontrei um rabino em Williamsport, Pensilvânia. Depois de uma reunião ele disse que me converteria. Naquela época ainda não estava totalmente certa, já que ainda estava estudando. Continuei meus estudos religiosos sob orientação dele por mais três anos e em 1988 fui convertida ou, pelo menos, pensei que tivesse me convertido ao Judaísmo. Depois da cerimônia não estava satisfeita. Algo estava errado sobre aquela conversão! Fui para casa aquela noite e li um livro sobre lei judaica e descobri que não era uma judia. A conversão tinha sido uma farsa! Disse ao rabino o que li e ele ficou chocado.
Dois anos depois encontrei um grupo hassídico em Nova Jérsei que ficou furioso com minha primeira conversão e depois de outro ano d estudo com eles fui então convertida uma segunda vez, mas dessa vez no método correto! Com isso começou minha vida como judia. Começou? Fui basicamente deixada por minha conta. Não fui bem tratada por essas pessoas e entrava e saia da religião. Estava inquieta e sentia que algo estava errado. Logo me tornei muito deprimida em relação às pessoas, à religião e fiquei em um estado de confusão completa.
Em 1999 deixei a Pensilvânia e me mudei para Budapeste, na Hungria. Aqui tentei novamente me encaixar na comunidade judaica, mas me envolvi em problemas até maiores. Tinha que tomar uma decisão séria e rápido, porque sentia que estava perdendo Deus em minha vida. Finalmente rejeitei a religião judaica em 2010. Posso dizer honestamente que nos 24 anos que passei no Judaísmo nunca senti a alegria que sinto agora. Não havia alegria nem mesmo no fim de minhas cerimônias de conversão, já que no fundo sabia que faltava algo. Durante o tempo que fui judia costumava ler o Alcorão Sagrado e compará-lo com o Torá e constatei que o Alcorão fazia muito mais sentido para mim.
Em 2010, quando rejeitei a religião judaica, sabia qual seria o próximo passo, mas depois do que tinha passado não estava certa se queria me envolver com outra religião. Estava perdendo a esperança em Deus. Comecei a duvidar DELE e de SUA existência e fiquei deprimida e confusa novamente. Minha vida prosseguiu dessa forma por um tempo. Conversei com muitas pessoas que me disseram que eu encontraria o meu caminho. Comecei novamente a pensar seriamente sobre o Islã. Sai e comprei meu primeiro Alcorão e depois comprei outro com uma tradução melhor. Aqui estava eu novamente em outra encruzilhada em minha vida. O que fazer?
Um dia estava caminhando pela rua em Budapeste e aconteceu tão repentinamente que fiquei atordoada. Senti algo agitar minha alma e literalmente parei na calçada e olhei para cima, para Deus. Pensei que estivesse ficando maluca, mas não estava. Acredito verdadeiramente que naquele momento recebi uma mensagem de Allah. Parei lá apenas olhando para o céu e quando passou comecei a caminhar novamente com um sorriso no rosto. Sabia que ELE tinha me alcançado! Foi quando soube que não podia abrir mão de Deus porque ELE tocou minha alma e eu sabia que era hora de me converter ao Islã. As semanas passaram e pedi ajuda a alguns amigos na internet, que me contaram como era fácil se converter e o que era esperado de mim. Não pude acreditar. Depois de passar tantos anos de estudo para me tornar judia, como podia ser tão fácil? Continuei minha pesquisa e descobri que o que me disseram sobre a conversão ao Islã era verdade.
Na noite de 27 de janeiro de 2011 estava me sentindo deprimida e sem esperança novamente. Sentia que nunca aconteceria comigo. Nesse estado de espírito entrei online e encontrei IslamReligion.com. E lá estava na minha frente e não pude acreditar! Lembro-me de dizer a mim mesma que se quisesse isso, tinha que fazê-lo agora e sair dessa situação de estar perdida e duvidando de Deus. E quando vi estava online com um conselheiro e estava acontecendo! Fiquei muito emocionada quando o bate-papo começou e devo confessar que estava tremendo. O bate-papo prosseguiu, o homem me chamou e antes que me desse conta, era muçulmana!
A primeira coisa que aconteceu foi que comecei a chorar, mas eram lágrimas de alegria, um tipo de alegria que nunca tinha sentido antes. Depois que tudo acabou senti muitas emoções. Foi inacreditável e a felicidade foi avassaladora. Soube daquele momento em diante que finalmente, depois de tantos anos de busca, tinha encontrado meu caminho correto para Deus. Nos dias que se seguiram a felicidade continuou. Quando voltei para o trabalho na segunda-feira seguinte meus colegas ficaram me perguntando por que estava tão feliz. O que tinha acontecido? E só fui capaz de dizer "Sim", tinha encontrado meu caminho para Deus!