Pesquisa
Sam Needham, ex-agnóstico, Reino Unido
Acho que prestei atenção no Islã pela primeira vez assistindo ao filme Malcolm X, de Spike Lee. Embora a Nação do Islã seja mais um movimento político, Malcolm X se converteu ao Islã ortodoxo depois de fazer o Hajj. Fiquei impressionado na época, quando tinha 15 anos, com o fato de um marginal remodelar completamente a forma como cresceu e o seu instinto para se tornar um embaixador da liberdade e espiritualidade. Mesmo que na época estivesse mais preocupado com questões mundanas. Bebidas, abuso de substâncias e mulheres eram minhas maiores prioridades e também pareciam ser as de todo mundo. Apesar de meus pais terem me educado bem, não pude resistir às tentações que me rodeavam e sendo um menino que vinha de uma família pobre, comecei a roubar para manter esses hábitos. Desrespeitava a mim mesmo, minhas namoradas e, o pior de tudo, meus pais. Estava em um caminho incrivelmente egoísta e destrutivo. Tornei-me uma pessoa melhor quando fiz amizade com uma família muçulmana, que me convidou para morar com eles. A esposa e mãe da família me ensinou muitos aspectos do Islã, que eu devia respeitar e honrar meus pais e a mim mesmo e devia comer halal e não ingerir venenos. Eles me ensinaram a ser carinhoso, gentil e caritativo e também a ser humilde. Vi a sabedoria nisso e por um breve tempo obtive felicidade seguindo o exemplo dela. Naquela época estava com 19 anos. Infelizmente o marido dessa boa mulher não era um muçulmano muito bom, sendo um ladrão e traficante. Comecei a seguir o exemplo dele também, o que era conflitante.
Quando nos separamos eu era uma pessoa melhor, com melhor moral. Acreditava em Deus, comia só halal, era respeitoso com meus pais, caritativo e humilde, não roubava, mas ainda não era muçulmano. Sendo uma pessoa noturna, achava que seria impossível para mim me comprometer com a oração de Fajr. Também não acreditava que pudesse dominar as orações em árabe e me comprometer em abrir mão do álcool e de mulheres. Estava inseguro sobre qual religião era a correta, já que também tinha muitos amigos hindus que eram maravilhosos. Mas foi um começo.
Pelos 16 anos seguintes trabalhei, estudei e gradualmente me elevei a uma posição respeitável na sociedade. Conquistei um bom diploma em animação e me tornei um animador/ilustrador bem-sucedido. Casei-me com uma mulher maravilhosa e tornei-me pai de uma menina e um menino (junto com uma menina do casamento anterior de minha esposa). Havia encontrado muitos muçulmanos britânicos e sentia uma afinidade e respeito pelos seus modos, sempre os defendendo em discussões e me espelhando neles. Visitamos a Turquia em 2010 e isso abriu meus olhos para ver o quanto a vida do povo muçulmano turco era voltada para a família, amigável e não materialista. Em agosto de 2011, no mês de Ramadã, visitamos Luxor, no Egito, em férias. Minha esposa e eu ficamos estarrecidos pela hospitalidade e generosidade do povo muçulmano egípcio, apesar de serem muito pobres. Jejuavam 15 horas por dia no calor escaldante e ainda eram extremamente gentis e amorosos, especialmente com nossos filhos. Era um povo que priorizava a caridade e a irmandade em relação a bens materiais e riqueza. Nossa família foi bem recebida na casa pobre de um carroceiro que nos levou até sua casa muito humilde e nos ofereceu um banquete. No fim de cada dia éramos convidados para jantar por completos estranhos celebrando a quebra do jejum.
Comecei a observar novamente a beleza do Islã, a ciência do Islã e a vida de Muhammad, que Deus o exalte. Comecei a observar todos os fundamentos da fé islâmica e me maravilhei com cada um deles. A maneira como os muçulmanos oravam e eram humildes diante de Allah 5 vezes ao dia, servia como um lembrete constante de que eram mortais e seguiam um poder maior. O jejum servia como um lembrete de que se deve cuidar dos menos afortunados e ser agradecido a Deus pelas bênçãos recebidas. A maneira como os muçulmanos seguiam o exemplo de Muhammad, que Deus o exalte, era algo com o que se maravilhar.
Coisas que originalmente tinham me afastado da religião por causa do "olhar ocidental", agora faziam todo o sentido para mim. Quando voltamos do Egito não tive paz. Queria me converter ao Islã, mas não queria fazê-lo se minha amada esposa não se convertesse também. Li sobre a pesquisa científica que havia sido concluída em relação ao Alcorão em todo o mundo, como a descrição dos estágios de desenvolvimento do feto, algo que um homem que viveu há 1.500 anos não podia saber e prova de que o Alcorão era a palavra divina. Isso foi catalisador para mim. Aqui estava prova científica para algo que, de outra maneira, se basearia apenas na fé. Decidi me converter e orei para que minha esposa fizesse o mesmo, vendo a mudança que ocorreu em mim. Estava apreensivo sobre aprender as orações em árabe, mas em um mês as tinha memorizado facilmente em um nível avançado. Agora estou totalmente em paz comigo mesmo e com Allah. Embora minha esposa maravilhosa não tenha se convertido, ela acredita em Deus e é uma boa pessoa. Ela apoia muito a minha escolha e está educando nossos 2 filhos como muçulmanos.