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Phreddie, ex-cristã, EUA

1391 2015/05/04 2024/11/17

Direi logo que sou muito jovem.  Tenho apenas 18 anos e isso parece surpreender a maioria das pessoas.  Acho que é prova de que nunca somos tão jovens para começar a buscar Deus ou entender Sua verdade. 

Fui educada como cristã, sem denominação.  Nunca frequentamos a igreja, mas sempre soubemos quem era nosso Deus e a obrigação que tínhamos com Ele.  Em minha sala de estar, até hoje, está pendurado uma grande pintura aveludada de Jesus como um homem negro.  Isso me deixou uma forte impressão, porque fez Deus real para mim.  Não apenas havia vindo a terra como homem, mas era negro como eu. 

Em minha pré-adolescência fui uma cruzada por Cristo.  Queria converter o mundo e salvar almas.  Acreditava 100% cegamente em tudo que a Bíblia e meu pastor/líder jovem me transmitiam.  Então um dia vi algo na Bíblia que não soou como o Deus que tinha aprendido a amar e obedecer.  Pensei que talvez fosse muito jovem para compreender e fui a um cristão de mais conhecimento que confirmou que era o que pensei que fosse.  Meu mundo caiu. 

Li a Bíblia toda e marquei todas as coisas que eram contraditórias ou ímpias.  Quando cheguei ao Apocalipse já tinha marcado uma grande parte da Bíblia como inválida.  Então pensando que talvez precisasse olhar por uma perspectiva histórica, fiz meu trabalho de pesquisa histórica.  Encontrei mais hipocrisia, blasfêmia e manipulação humana com as escrituras sagradas.  O que me chocou foi a história do Concílio de Niceia em que homens "divinamente guiados" decidiram que textos ficariam na Bíblia e quais precisavam ser editados. 

Também perguntei a mim mesma como Deus podia ser três e um ao mesmo tempo.  O que acontece a um bom homem como Gandhi quando morre sem Jesus? Hitler vai para o paraíso se aceitar Cristo como seu Senhor e salvador? E aqueles que nunca foram expostos ao Cristianismo? Uma vez me disseram que a trindade era parte da essência de Deus e que uma vez que a amplitude e escopo de Deus estão além de minha compreensão, eu devia simplesmente acreditar.  Não podia adorar um Deus que não conseguia compreender. 

Nunca perdi minha fé em Deus. Só decidi que o Cristianismo não era o caminho certo para a minha viagem.  Não me sentia ligada aos outros crentes.  Nunca senti nada especial quando frequentava o serviço religioso, exceto que estava cumprindo uma obrigação com Deus.  Então vaguei sem fé, buscando algo a que me apegar.  Em minha busca encontrei Wicca, a fé Bahai e finalmente o Islã. 

Estudei o Islã discretamente, por conta própria e em segredo, por dois anos.  Queria ser capaz de separar fato de ficção.  Não queria confundir o Islã com as culturas que alegam praticar o Islã enquanto instituem coisas que são claramente contra tudo que Allah nos revelou.  Queria distinguir entre a religião e as sociedades que a adotavam.  Levou tempo e paciência.  Encontrei muitos irmãos e irmãs que me ajudaram muito via e-mail que responderam todas as minhas perguntas e abriram suas vidas para que eu as examinasse. 

Nunca gostei da imagem que recebia do que era uma mulher.  Na cultura popular somos retratadas como muito sexys, como damas, independentes o suficiente para que os homens não tenham responsabilidade real conosco ou os filhos que ajudam a criar, mas dependentes o suficiente para que continuássemos em busca de um novo homem.  A mulher comum na rua é assediada e às vezes apalpada na rua por algum estranho.  Nunca concordei ou considerei isso lisonjeiro. 

No Cristianismo me ensinaram que como mulher não devia ensinar na igreja ou questionar a autoridade de qualquer homem em público.  O retrato pintado das mulheres no Cristianismo era de inferioridade.  Devíamos ser castas e silenciosas, com filhos aos nossos pés.  No Islã encontrei uma voz, um sistema que me deu respeito absoluto por ser mãe e reconhecia o fato de que sou igual ao homem em todos os aspectos, exceto um: força física.  Os hadiths estão cheios de histórias de mulheres que falaram em público e a história islâmica é cheia de mulheres que foram líderes.   Era uma teologia que podia respeitar, porque me respeitava. 

Tive que perguntar a mim mesma se realmente queria ser como todas as pessoas que via ao meu redor.  Quem era realmente oprimida? A menina usando jeans apertado e recebendo cantadas de meninos que passavam de carro não era livre.  Era uma prostituta da sociedade e não era respeitada.  Era grata por minha mãe nunca ter permitido que usasse essas coisas. Não que tivesse querido, mas a desaprovação dela foi um incentivo a mais.  Depois de analisar a posição da muçulmana e o que sentia ser verdadeiro em meu coração, como podia negar o Islã?

Há seis semanas tomei a decisão de me converter ao Islã.  Fiz e não me arrependi.  Meus amigos respeitam porque veem que isso não mudou quem eu era e o que acreditava. Na verdade, deu mais suporte.  Meu conselho a todas as mulheres é que façam a si mesmas essas perguntas:

O que quer que sua filha acredite sobre ela mesma?

Como ela deve permitir que seja tratada?

Ela realmente nasceu com más tendências porque é uma descendente de Eva?

Como quer que ela se sinta sobre o próprio corpo?

Qual o modelo que está estabelecendo para ela?

Que imagem de feminilidade está promovendo?

Como os homens tratam você e como permitiria que fosse tratada?

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