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Stephanie, ex-católica, África do Sul (parte 6 de 6)

1357 2015/04/06 2024/11/17

No meio desses testes fui à mesquita uma segunda vez e, depois de uma semana de prática, a oração ficou muito mais fácil e não estava mais nervosa.  Aquela noite me senti muito fortalecida e disse a Deus que me comprometia com Ele como muçulmana, que queria ser fiel nesse caminho.  Desde então, tenho sentido uma nova força. Precisava dessa força porque estava prestes a passar por uma tribulação muito séria que ameaçou dividir meu coração ao meio.


Tinha acabado de assistir um programa na TV sobre dhikrs e senti muita alegria.  Então, quando fui ao quarto de minha mãe, ela me disse que uma mulher que não conhecia veio falar com ela depois da igreja dizendo que tinha tido um sonho - mas que não era para ela e sim para a filha mais nova dela - eu.  Essa mulher disse que no sonho ela era avisada de que eu devia parar de fazer o que estava fazendo (ou seja, praticar o Islã).  Tendo crescido como pentecostal (e de alguma forma, superprotegida) estava apavorada em fazer algo que minha mãe - ou a igreja dela - não aprovasse.  (Já era difícil ser católica e ainda mais ser muçulmana!) Esse sonho me perturbou profundamente, porque ter conhecimento dele me atingiu no que era mais vulnerável - meu medo do inferno. 


Comecei a ficar zangada com minha mãe, que não era culpada, mas ela disse que tinha que me contar ou Deus a responsabilizaria.  Isso me deixou ainda mais amedrontada: o Islã era realmente ruim para mim?  Como podia ser? Estava tão feliz e viva! Falei isso a minha mãe e ela me disse para conversar com Deus a respeito.  Então fui para o meu quarto, enviei mensagens de texto para duas amigas para que fizessem dua’s por mim e implorei a Deus que me ajudasse.  Disse que se Ele quisesse que eu voltasse para o Cristianismo eu estaria disposta, mas que Ele deveria colocar o desejo em mim ou manter meu desejo de ser muçulmana, se quisesse que eu continuasse nesse caminho.  Submeti-me a Ele completamente (e isso em si fazia de mim muçulmana), chorando, meu coração partido ao meio com a ideia de deixar o Islã e com o ressurgimento do ressentimento em relação aos pentecostais.  Senti como se estivesse sendo emocionalmente manipulada por eles.  Toda a minha vida isso foi um problema e, por isso, não me sentia segura ao fazer escolhas, a menos que outros concordassem comigo.  Sentia que tudo que diziam vinha de Deus e era difícil pensar que o demônio pudesse usá-los para me atacar, mas também sentia que era o caso agora.  Recitei a Fatiha, Shahada, Ta’awwudh e outra du’a várias vezes até me acalmar. 


No dia seguinte, ainda me sentindo miserável, contatei uma amiga que veio me buscar e me levou para ver o imame em nossa mesquita.  Um sheik com muito conhecimento por acaso estava lá também e eles sentaram e me ouviram enquanto contava esse teste, me dando conselhos.  Fui fortalecida mais uma vez e a alegria voltou.  Isso é o que todo revertido precisa - muito apoio! Se não fosse por esses maravilhosos irmãos e irmãs no Islã, teria sido muito difícil prosseguir. Mais testes inevitavelmente virão, mas à medida que crescer no Islã, minha coragem será maior e me ajudará a enfrentar esses testes.


É surpreendente quanto da vida damos como certo ou não percebemos.  Coisas simples e pequenas, se o que como é halal ou não, como me limpo, preparo e purifico, se minhas roupas estão limpas quando oro, como devo lembrar constantemente de entrar com meu pé esquerdo no banheiro e sair com o pé direito, manter meu cão fora do meu quarto...etc., etc. Que vida diferente o Islã traz e como é atento de maneira bela a todos os detalhes da vida!  É como renascer para uma vida nova!  E embora no presente seja uma viagem solitária, devo dar aos meus pais o crédito por permitirem que tenha minha liberdade.  Embora não estejam dispostos a me levar a lugares islâmicos, me deixam ir com meus amigos.  Que Deus os abençoe por isso. Sou verdadeiramente afortunada!


Se houvesse uma coisa que pudesse pedir aos cristãos seria: Por que haveria outra religião e escritura importantes depois do Cristianismo, se fosse a revelação final?  Também: Por que o Alcorão seria enviado e preservado de corrupção se a Bíblia fosse a palavra final de Deus?  Finalmente: Por que Deus nos pediria para acreditar em qualquer coisa cegamente e não usar nossa razão?  Se as crenças são razoáveis, então as pessoas não podem negá-las.  São testemunhas da verdade do Islã!


Tornei-me muçulmana porque sinto que o Islã se alinha com o meu coração e nos mostra a melhor maneira de viver.  Foi a escolha do meu coração.  Se algum dia tiver que educar uma família nesse mundo caótico, não gostaria de educá-los de nenhuma outra maneira. Na verdade, se não pudesse educá-los como muçulmanos, não ia querer uma família!  O Islã me libertou para ser eu mesma e para pertencer.  Libertou-me de apegos excessivos a imagens que me atormentaram por 15 anos e simplificou a minha vida.  Deu-me novos amigos, que se reúnem ao meu redor, emprestam livros, me dão abraços e encorajamento, mais livros, um Alcorão, utensílios de cozinha e até seus lenços e túnicas extras - um deles tão bonito que guardei para o Eid!  Removeu meu ódio rancoroso do feminismo, porque o abraçou e purificou, retendo a modéstia e dignidade, enquanto deixa as mulheres ocuparem seus lugares ao lado dos homens.  Fez-me sentir mais amorosa e menos crítica.  Deu-me uma visão saudável e pura de Deus.  E embora minha jornada esteja agora apenas começando, minha vida finalmente está em ordem.  


Meu hijab e minha identidade são compatíveis.  Ninguém mais se confunde comigo agora.  Sou muçulmana.  Alhamdulillah!!! (Louvado seja Deus)

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