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Sophie Jenkins, ex-católica, protestante, Reino Unido

1258 2014/12/01 2024/03/29

Nasci em uma família inglesa de classe média baixa; minha mãe era (e é) uma dona de casa e meu pai trabalhava em uma empresa de eletrônicos (agora é um palestrante em engenharia eletrônica).  Meu pai veio de um histórico católico e minha mãe, protestante.  Ambos compartilharam um pequeno período na igreja Quaker no início dos anos 1970, mas na época em que nasci, eram fortes ateus e a religião não era mais mencionada em nossa casa, menos ainda praticada.  Meus pais tinham decidido que se eu quisesse ser religiosa quando crescesse, dariam apoio.


Desde muito pequena eu acreditava em Deus, apesar de não ter sido educada com essa crença, mas ainda assim tinha o sentimento de que o que era ensinado na escola cristã que frequentava não estava correto.  Não acreditava em Jesus ou no Espírito Santo e tudo isso me parecia falso, mas na escola nos diziam que era a única forma correta e todas as outras religiões estavam erradas. Então, eu estava MUITO confusa.  Quando você é criança, supões que os adultos estão sempre certos em exceção: o que eles dizem, vale.  Ainda assim, não podia deixar isso passar. Então, provavelmente de forma muito sábia, decidi manter em privado minha crença no único Deus.  Sentia-me culpada por acreditar em algo que era “errado”.  Sentia-me envergonhada e esperava e orava que pudesse parar de ser uma herege em breve.  Quando era jovem, fui muito exposta ao medo do “fundamentalismo islâmico”, especialmente com a questão de Salman Rushdie na mente das pessoas, tinha muito medo dos muçulmanos em geral.  Havia duas crianças muçulmanas em minha escola primária, mas mantinham suas crenças em privado, exceto pelo fato de que a criança mais jovem, Ali, se recusava a orar em assembléia.


Tinha sempre orado para Deus para que me mostrasse o caminho certo e me voltei para Deus em busca de ajuda.  Não havia dúvida em minha mente que Deus existia quando estava com 11 ou 12 anos de idade e no segundo grau comecei a perceber que, talvez, minha crença no Deus único não fosse errada.  Nessa época não tinha ouvido falar de fato no Islã. Tudo que “sabia” a respeito era que era uma religião violenta que tratava as mulheres como escória.  Éramos ensinados na ESCOLA que o Islã foi propagado pela espada (em outras palavras, através de meios violentos e forçados), que as mulheres no Islã eram bens pessoais simbolizados pelas suas vestimentas e que os muçulmanos adoravam Mohammed (Salalah Alaihi Was Sallam).  Estava realmente aborrecida e toda vez que via uma muçulmana quando fazia compras em Manchester (existem poucos muçulmanos em minha área), pensava “como pode fazer isso consigo mesma??” Estava muito enfurecida.  Entretanto, ensinaram-nos uma coisa verdadeira: que os muçulmanos acreditam em um único Deus, algo que honestamente não sabia antes disso.


Pesquisei em todas as outras religiões, Judaísmo, Hinduísmo e Budismo, mas todas pareciam tão feitas pelo homem e contraditórias.  Entretanto, um dia, não sei o que me deu, simplesmente achei que tinha que verificar se o que tinham me ensinado era verdade ou não.  Também estava curiosa porque tinham me dito que os muçulmanos acreditavam em um Deus e queria ver se era verdade ou não.  Vi um livro chamado “Elementos do Islã” na biblioteca local e secretamente o peguei.  Fui direto para a seção sobre muçulmanas e fiquei absolutamente surpresa com o que li.  Era contrário ao que tinham me ensinado sobre Islã e mulheres e melhor que qualquer coisa que já tinha ouvido.  Não tinha dúvida no que li, sabia que era verdade e sabia no fundo do meu coração que todas as minhas orações tinham sido atendidas.  O Islã era a verdade que eu tinha estado buscando por toda a minha vida!  Ainda me sinto mal por sentimentos como esse, a velha culpa dos meus dias da minha escola primária; como podia acreditar nessa religião “errada”?  Tentei encontrar evidência para me “provar” que o Islã não era a verdade, mas era impossível: todos os livros que diziam coisas negativas sobre o Islã, já sabia que estavam mentindo.  Todos os livros que diziam coisas positivas sobre o Islã, sabia que estavam dizendo a verdade.


Decidi que devia ser muçulmana, embora não conseguisse aceitar, e não contei a ninguém.  Li todos os livros que pude conseguir, obtive uma cópia traduzida do Alcorão da biblioteca, mas não pude entendê-la porque era toda em inglês arcaico.  Isso não me desanimou - sabia que era somente uma tradução e o que pude entender dela, me agradou muito.  Sabia que o Islã era uma decisão para toda a vida, que não havia volta, então queria realmente ter certeza.  Estudei por dois anos e meio antes de entrar em uma sala de bate-papo em janeiro de 1997 que mudaria minha vida.  Era a sala de bate-papo em [um site islâmico] e as pessoas eram muito prestativas.  A segunda vez que entrei fiz a shahada (declaração de fé que faz de alguém um muçulmano) perante pessoas do mundo todo.

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