A importância da família

O Isslam tem a sua forma única e equilibrada para a solução de problemas, com direitos e responsabilidades da Humanidade. Se por um lado no Isslam os direitos das pessoas estão reconhecidos, por outro, existem também deveres, e tanto os direitos como os deveres não devem colidir com os dos outros.

A instituição equilibrada dos direitos e deveres formam uma parte indespensável do Isslam, desde o nível familiar ao Estado em geral.

Tomemos por exemplo o nível familiar. O Al-Qur’án considera a instituição do casamento e da família uma tradição dos profetas. Nele, Deus diz:

"E com efeito, enviamos mensageiros antes de ti (ó Muhammad) e lhes concedemos esposas e filhos".

O casamento é considerado um "sinal de Deus" e a família é a Sua bênção importante.

O casamento e a família não se circunscrevem à uma relação meramente sexual, nem a um produto de experimentação humana.

No Isslam, a sexualidade e a reprodução não estão fora do contexto espiritual, pois o Al-Qur’án diz:

"Ó humanos, temei o vosso Senhor, que vos criou de um só ser (Adão). E deste, Ele criou a sua esposa (Eva), e de ambos espalhou pela terra numerosos homens e mulheres".

Portanto, no processo de procriação e reprodução, é ordenado ao homem que tenha noção dos seus deveres e obrigações para com Deus, e por isso o Isslam dá ênfase à constituição da família, como forma de regular o mecanismo da reprodução.

No Isslam, a reprodução fora do casamento e todo o tipo de relações sexuais pré-maritais ou extra-conjugais, estão terminantemente proibidas, de acordo com o Al-Qur’án:

"E não vos aproximeis do adultério, porque é uma obscenidade e um mau caminho".

A família não só regula e disciplina os impulsos sexuais no homem, mas também o seu instinto social e espiritual através da rede de relações. Ela cria o amor, a bondade, a misericórdia, a compaixão, a confiança mútua, o auto-sacrifício, o socorro, etc.

O melhor de entre os homens só se revela cumprindo estas relações. Por isso, o Profeta Muhammad S.A.W. diz: "O melhor de entre vós é o que melhor trata a sua família”.

A família no Isslam é considerada como uma instituição fundamental para o desenvolvimento e manifestação das potencialidades do homem e das suas virtudes. A instituição da família também é considerada como uma parte importante do sistema isslâmico de segurança sócio-económica.

Os direitos consagrados na família não se referem apenas aos aspectos moral, cultural e ideológico, mas também aos aspectos sociais e económicos.

A família é uma instituição necessária para um desenvolvimento compreensivo de todos os aspectos - moral, espiritual, social e económico, contrariamente ao conceito dos feministas radicais que consideram a família e o casamento uma instituição para a opressão e escravização da mulher.

No Isslam, o casamento, a procriação, a família e o lar, são considerados pre-requisitos do desenvolvimento de uma boa personalidade.

Com crianças na família, os valores sentimentais, de amor, de compaixão, de sacrifício para com outros, de tolerância, e de bondade, são transformados em realidade. A família proporciona um clima propício para o desenvolvimento da personalidade humana. Sobre isso o Profeta Muhammad S.A.W.  disse: "A casa (o lar) é o melhor lugar no mundo".

De facto o Al-Qur’án diz que as esposas e os filhos são o conforto e a frescura dos olhos, e ao homem foi ordenado que cuidasse deles protegendo-os do fogo do inferno. E tal só é possível se lhes proporcionar uma boa educação.

Infelizmente nos dias que correm, há traição por todo o lado. Pais traem os filhos e vice-versa. Maridos traem as esposas e vice-versa, e o mais incrivel, o Ser Humano trai-se a si mesmo. Tudo porque constantemente traimos a Deus. Se formos fieis ao nosso Criador, decerto que tudo o que é criatura, será fiel para connosco.

Portanto é necessário que nesta nossa sociedade contemporânea corrijamos as nossas relações para com Deus e para com as pessoas, a fim de conseguirmos reconstruir a civilização humana, pois só desta forma é que todos - crianças,  mulheres e homens - lograrão usufruir dos seus legítimos direitos.