Pesquisa
Bondade com os Pais (parte 2 de 3): O Valor da Maternidade: O Paraíso está aos Pés Dela
Em vários versículos do Alcorão, Deus deixa claro que o dever, bondade e gratidão em relação aos pais é uma parte essencial do Islã. Entretanto, as mulheres no Islã, particularmente as mães, foram escolhidas para o respeito e devoção supremos. O Próprio Deus fala das dificuldades envolvidas na maternidade.
“E recomendamos ao homem benevolência para com os seus pais. Sua mãe o suporta, entre dores e dores...” (Alcorão 31:14)
No tempo do Profeta Muhammad, um homem pediu permissão para participar em uma expedição militar. O Profeta perguntou ao homem se ele tinha mãe e quando ele respondeu que sim, o Profeta Muhammad disse: “Fique com ela porque o Paraíso está aos pés dela.” (Ahmad, Al-Nasai) Que imagens maravilhosas essas palavras evocam: Mães e filhos se fitam mutuamente com amor e gratidão. Mãos pequeninas fechadas dentro de mãos maiores. Um toque na face em temos de estresse e doença, ou o calor da voz de uma mãe amorosa. Imagens de mães educando e cuidando de seus filhos, na saúde ou doença, nos bons momentos e nos momentos de teste. O paraíso está aos pés das mães; mas o que essas palavras significam exatamente? Simplesmente que os portões do Paraíso estão abertos para aqueles que respeitam e cuidam de suas mães.
O papel da mãe na família islâmica é igualmente importante, se não mais importante, que o papel do pai, que é o provedor e protetor de sua família. Ela não apenas passa pelas alegrias e dificuldades da gravidez e parto, mas dedica toda a vida para criar e cuidar de seus filhos. É responsabilidade dela criá-los e educá-los para serem seres humanos virtuosos e piedosos. Ela cozinha, limpa, nutre e educa e também é responsável por seu bem-estar e saúde espiritual, emocional e física. Em troca, as crianças devem cuidado, amor, afeição, respeito e obediência às suas mães. A tarefa que Deus atribuiu às mães é grande e algumas vezes esmagadora. Da mesma forma, a recompensa para uma mãe virtuosa é nada menos que o Paraíso e, nessa vida, é estimada e honrada.
Quem é Mais Merecedor de Boa Companhia?
Em um hadith do Profeta Muhammad, um homem veio para o Profeta e perguntou: “Quem entre as pessoas é mais merecedor de minha boa companhia? O Profeta disse: “Sua mãe.” O homem disse: “E depois, quem?” O Profeta disse: “Sua mãe.” O homem perguntou novamente: “E então quem?” O Profeta disse: “Sua mãe.” O homem perguntou novamente: “E então quem?” O Profeta respondeu: “Então, seu pai.” (Saheeh Al-Bukhari, Saheeh Muslim)
A partir apenas desses dois ditos do Profeta Muhammad, somos capazes de entender a importância das mães no Islã. Entretanto, nesses dias de materialismo é fácil esquecer que Deus nos obrigou a honrar nossos pais, especialmente nossas mães. Algumas vezes nos pegamos pronunciando palavras de desprezo ou reclamando de nossos pais. Esse tipo de comportamento não vem do Islã.
Deus nos lembra que o Profeta João (conhecido como o Batista) era respeitoso com os seus pais amando-os e obedecendo-os[1]. Ele disse:
“Ó Yahia, observa fervorosamente o Livro! E o agraciamos, na infância, com a sabedoria, assim como com as Nossas clemência e pureza, e foi devoto, e piedoso para com seus pais, e jamais foi arrogante ou rebelde.” (Alcorão 19:12-14)
Adicionalmente, no Alcorão, somos capazes de ouvir as palavras de Jesus; ele se descreve associando sua obediência a Deus com seus deveres em relação à sua mãe Maria.
“Sou o servo de Deus. Ele me concedeu o Livro e me designou como profeta. Fez-me abençoado, onde quer que eu esteja, e me encomendou a oração e (a paga do) zakat enquanto eu viver. E me fez piedoso para com a minha mãe, não permitindo que eu seja arrogante ou rebelde.” (Alcorão 19:30-32)
Independente do quanto nossas vidas sejam ocupadas, é de grande benefício olhar para as vidas dos Profetas, nossos predecessores virtuosos, para ver como tratavam seus pais, particularmente suas mães.
O Comportamento dos Companheiros
Abdullah ibn Omar, um estudioso destacado entre os companheiros do Profeta Muhammad, uma vez viu um homem carregando sua mãe em suas costas e dando voltas ao redor da Casa Sagrada em Meca[2]. Ele não reclamava ou mostrava quaisquer sinais de incômodo; ao invés disso continuava repetindo um verso se comparando a um camelo. Ele olhou para Abdullah ibn Omar e perguntou-lhe se ao fazer isso ele libertada do débito que tinha em relação à sua mãe. Ibn Omar disse: “Não. Não devolveu nem uma pontada da dor que ela sentiu ao dar à luz a você.”
Outro companheiro do início do Islã, Dhibyan ibn Ali ath-Thowri também costumava viajar com sua mãe para Meca. A viagem era longa e muito quente; de um lado da estrada durante suas viagens, ele cavava uma pequena poça e a enchia com água fria. Então se voltava para sua mãe e dizia: “Mãe, sente-se nessa água para se refrescar.”
Os muçulmanos que são obedientes a Deus não podem nunca ser ingratos ou indelicados com seus pais. Grande recompensa é oferecida àqueles que tratam seus pais, especialmente suas mães, com afeição e bondade, mas também é dado um aviso severo. O perigo de desrespeito é ilustrado no seguindo dito do Profeta Muhammad.
Um homem veio para o Profeta e disse: “Um rapaz está morrendo e as pessoas pedem a ele que diga que não há divindade exceto Deus, mas ele é incapaz de fazê-lo. “O Profeta então perguntou: “Ele fez orações?” A resposta foi sim. O Profeta então foi ver o homem e tentou encorajá-lo a dizer que não há divindade exceto Deus. Ele continuava incapaz de pronunciar as palavras. O Profeta Muhammad chamou então a mãe do rapaz moribundo. A mãe a quem ele persistentemente havia desobedecido.
Quando ela apareceu o Profeta perguntou: “Respeitável senhora, ele é seu filho?” Ela respondeu que sim. Ele então perguntou: “Ó respeitável senhora, se ameaçássemos jogar seu filho em um fogo escaldante, a senhora recomendaria que ele fosse perdoado?” Ela respondeu que definitivamente pediria para que ele fosse perdoado. O Profeta então disse a ela: “Então declare, tendo Deus e eu como suas testemunhas, que a senhora agora está satisfeita com ele.” A velha senhora prontamente declarou: “Ó Deus, Tu e teu profeta são minhas testemunhas de que estou satisfeito com esse meu amado filho.” O Profeta então se voltou para o rapaz moribundo e pediu a ele que recitasse: “Não existe divindade exceto Deus, Ele é o Único e não tem parceiros e testemunho que Muhammad é Seu Servo e Mensageiro.” (At Tabarani, Ahmad)
Por causa do perdão de sua mãe, o rapaz moribundo foi capaz de recitar as palavras que, pela Graça e Misericórdia de Deus, podem ter permitido sua entrada no Paraíso. O bom tratamento aos pais pode ser a chave para o Paraíso, por outro lado, mau comportamento em relação a eles pode resultar em uma punição no inferno.