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A História de Adão e Eva

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2264 2013/02/06 2024/04/20

A história de Adão e Eva é referida no Alcorão. Não obstante o facto de, em muitos aspectos, ser similar à referida nas reminiscências das Antigas Escrituras, difere noutros deveras significativos.

Deus anunciou ao Anjos que havia colocado uma nova espécie sobre a Terra. A partir do barro, Deus criou Adão (u), dando-lhe alma. Ensinou-lhe o nome de todas as coisas, criando também a Eva, sua mulher, e dando-lhe igualmente alma. Deus permitiu-lhes que vivessem livremente no Paraíso, dizendo aos Anjos: “Curvai-vos perante Adão” (O que eles fizeram, não em acto de adoração, mas como forma de respeito). Satanás estava presente entre os Anjos, embora não fosse um deles. Ele era um Jinn[1], uma espécie de seres, criados por Deus antes de Adão (u), a partir de uma chama de fogo sem fumo, e que dispunham de livre arbítrio. Quando Deus ordenou aos Anjos e àqueles que se encontravam na sua companhia que se curvassem perante Adão (u), todos o fizeram, com excepção de Satanás, impedido pelo orgulho e pela arrogância. Satanás afirmava ser superior a Adão (u), visto ter sido criado a partir do fogo, enquanto que Adão (u) o fora a partir do barro. De facto, Satanás foi o primeiro racista da História.

Satanás caiu em desgraça perante Deus, o Avaliador, que o condenou pela sua desobediência. Contudo, Satanás, o amaldiçoado, pediu a Deus que lhe concedesse um adiamento até ao Dia do Juízo Final (Ressurreição), de modo a que lhe fosse possível fazer de Adão (u) e dos seus descendentes indignos. Satanás disse: “Na verdade, desencaminhá-los-ei e, certamente, despertarei os seus desejos vãos”. Deus concedeu-lhe a prorrogação solicitada, como tratando-se de um teste para a Humanidade. O que se passava é que Deus sabia aquilo que Satanás desconhecia. Importa ter em conta que, de forma alguma, jamais Satanás poderá “guerrear” com Deus, visto, como tudo o mais que existe, ele é Sua criação. Satanás existe apenas por vontade de Deus, encontrando-se completamente submetido ao Seu poder. Se Deus não quisesse que Satanás ou os seus ajudantes existissem, ser-lhes-ia impossível continuar a existir, nem que fosse por um só momento.

O Islão não concede que Satanás partilhe da divindade de Deus, não lhe atribuindo quaisquer qualidades divinas ou celestes. O Islão repele a ideia de que Satanás iniciou uma guerra com Deus, arrastando consigo um terço das hostes dos Céus. Satanás é um inimigo confesso da Humanidade, mas não passa de uma criatura, completamente dependente de Deus para a sua própria existência.

Não obstante o orgulho, a maldição e o facto de ter caído em desgraça perante Deus, Satanás serve um propósito. Deus pretende que os seres humanos possam escolher livremente entre o bem e o mal, tendo-lhes concedido uma capacidade inata para reconhecer o Criador e voltarem para Ele. É suposto o ser humano ser bom por natureza, nascendo puro, em perfeito estado de Islão (submissão). Satanás e as suas hostes comandam o mal, opondo-se ao bem, procurando desencaminhar a Humanidade para a perversão e para a idolatria, afastando-a do monoteísmo, da rectidão e do caminho de Deus. Deus, o Todo Sapiente, intima os Muçulmanos a seguirem o bem e proíbe o mal. Em virtude do exercício do livre arbítrio com que foram dotados, e resistindo às tentações de Satanás, os seres humanos podem alcançar um elevado estado de honra.

O que se segue é um resumo do caminho percorrido por Adão e Eva enquanto no Paraíso. Era-lhes concedida uma liberdade plena, e viviam felizes. Deus disse-lhes que comessem da fruta do Jardim, e que dela desfrutassem. Proibiu, contudo, que se aproximassem de uma árvore, avisando-os que, caso desobedecessem, estariam entre os culpados. Satanás procurou-os e desafiou-os, dizendo-lhes que Deus apenas os proibira de comer da árvore porque isso os tornaria imortais ou iguais aos Anjos. Assim sendo, foram ambos enganados por Satanás, e comeram da árvore.

Adão e Eva sentiram vergonha. Voltaram-se para Deus em sincero arrependimento, e Deus, o Perdoante, o Beneficente, o Misericordioso, perdoou-os. O Islão rejeita claramente o conceito de pecado original, ou a ideia de que todos os seres humanos nascem pecadores, em virtude dos actos de Adão. Nunca um ser humano poderá ser responsabilizado pelos actos de outro (porque Deus é o Justo). Todos os seres humanos são responsáveis pelos seus próprios actos e nascem Muçulmanos (submissos à Vontadede Deus), puros e livres do pecado. Importa referir que o Islão não culpabiliza Eva. Tanto Eva como Adão dispunham de livre arbítrio. Ambos comeram da árvore. O pecado e a desobediência de ambos tratou-se de uma iniciativa conjunta. O Islão rejeita a ideia de que a mulher é um ser malévolo e sedutor, amaldiçoado com a menstruação e as dores do parto, tudo devido ao pecado cometido por Eva.

Deus expulsou Adão e Eva do Paraíso, fazendo-os habitar sobre a Terra. Inicialmente, Deus dissera aos Anjos que colocara um novo ser na Terra. A Terra é onde Deus, desde a criação, no seu conhecimento infinito, pretendeu que permaneçamos.

 




[1] Os Jinn foram criados antes de Adão, dispondo de livre arbítrio. Os que desobedecem a Deus, são demónios. Eles habitam na Terra, entre nós. Podem ver-nos, mas nós não os podemos ver, a menos que eles mesmos decidam tornar-se visíveis. A feitiçaria, igualmente proibida pelo Islão, é praticada por sua intercessão.

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