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Biografia de Muhammad (parte 8 de 12): A Campanha de Badr

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1680 2014/01/26 2024/12/21

A Campanha de Badr

Em uma expedição a caravana coraixita em rota para Síria escapou dos muçulmanos.  Os muçulmanos esperavam por seu retorno.  Alguns batedores dos muçulmanos viram a caravana, liderada pelo próprio Abu Sufyan, passar por eles, e correram para informar ao Profeta disso e de seu tamanho.   Se essa caravana fosse interceptada seria um grande impacto econômico, um que abalaria toda a sociedade dos mecanos.  Os batedores muçulmanos relataram que a caravana faria uma parada nos poços de Badr, e os muçulmanos se preparavam para interceptá-la.

Notícias sobre essas preparações chegaram a Abu Sufyan em sua jornada ao sul, e ele enviou uma mensagem urgente para Meca para que um exército fosse despachado para líder com os muçulmanos.  Percebendo as consequências catastróficas se a caravana fosse interceptada, imediatamente reuniram todo o poder possível e partiram para encontrar os muçulmanos.  No caminho para Badr o exército recebeu as notícias de que Abu Sufyan tinha conseguido escapar dos muçulmanos levando a caravana por uma rota alternativa junto ao litoral.  O exército de Meca, com aproximadamente mil homens, persistiu em Badr para ensinar uma lição aos muçulmanos, dissuadindo-os de atacar quaisquer caravanas no futuro.

Quando os muçulmanos tomaram conhecimento do avanço do exército de Meca, souberam que um passo ousado teria que ser dado.  Se os muçulmanos não os encontrassem em Badr, os mecanos continuaram a minar a causa do Islã de todas as formas, possivelmente indo até Medina para destruir propriedades e bens lá.  O Profeta, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele, reuniu um conselho consultivo para determinar o curso de ação.  O Profeta não queria liderar os muçulmanos, especialmente os Ajudantes que eram a maioria do exército e não estavam obrigados pelo Pacto de Aqaba a lutar além de seus territórios, em algo com o qual não concordassem.

Um homem dos Ajudantes, Sa’d ibn Mu’aadh, reafirmou sua devoção ao Profeta e à causa do Islã.  A seguir estão suas palavras:

“Ó Profeta de Deus! Acreditamos em você e testemunhamos o que nos concedeu, e declaramos em termos inequívocos que o que trouxe é a Verdade.  Damos-lhe nosso firme compromisso de obediência e sacrifício.  Obedeceremos de boa vontade no que quer que nos ordene, e por Deus Que o enviou com a Verdade, se nos pedir para mergulhar no mar, o faremos imediatamente, e nenhum homem ficará para trás.  Não rejeitamos a idéia de encontrar o inimigo.  Temos experiência em guerra e somos confiáveis em combate.  Esperamos que Deus lhe mostre através de nossas mãos aqueles atos de valor que agradarão seus olhos.  Lidere-nos no campo de batalha em Nome de Deus.

Depois dessa demonstração de extremo apoio e amor pelo Profeta e pelo Islã tanto por parte dos Emigrantes quanto dos Ajudantes, os muçulmanos, em número um pouco acima de 300, se prepararam da melhor forma possível para Badr.  Tinham apenas setenta camelos e três cavalos e por isso os homens cavalgavam em turnos.  Prosseguiram para o que é conhecido na história como al- Yawm al-Furqan, o Dia do Discernimento; discernimento entre luz e trevas, bem e mal, certo e errado.

Precedendo o dia da batalha, o Profeta passou a noite toda em oração e súplica.  A batalha foi travada em 17 de Ramadã no segundo ano da Hégira, 624 EC.  Era costume para os árabes começarem as batalhas com duelos individuais.  Os muçulmanos ganharam uma vantagem nos duelos e alguns escribas dos Coraixitas foram mortos.  Os Coraixitas ficaram enfurecidos e caíram sobre os muçulmanos para exterminá-los de uma vez por todas.  Os muçulmanos mantiveram a posição estratégica de defesa, que por sua vez produziu pesadas baixas para os mecanos.  O Profeta implorava a Seu Senhor com toda sua força nesse momento, levantando suas mãos tão alto que seu manto caiu abaixo de seus ombros.  Nesse ponto ele recebeu uma revelação prometendo a ajuda de Deus:

“... Reforçar-vos-ei com mil anjos, que vos chegarão paulatinamente.” (Alcorão 8:9)

 Ao ouvir as boas novas, o Profeta ordenou aos muçulmanos que tomassem a ofensiva.  O grande exército dos Coraixitas foi esmagado pelo zelo, valor e fé dos muçulmanos, e depois de enfrentar pesadas baixas, não havia o que fazer a não ser fugir.  Os muçulmanos ficaram sozinhos no campo com uns poucos mecanos condenados, entre eles o arquiinimigo do Islã, Abu Jahl.  Os Coraixitas foram derrotados e Abu Jahl foi morto.  A promessa de Deus se realizou:

“Logo, a multidão será debelada e debandará.” (Alcorão 54:45)

 Em uma das mais decisivas batalhas na história humana, o total de perdas ficou apenas entre setenta e oitenta.

Meca ficou em choque e Abu Sufyan ficou como a figura dominante na cidade. Ele sabia melhor que ninguém que a situação não poderia ficar como estava.  Sucesso atrai sucesso e as tribos beduínas rapidamente avaliaram que o equilíbrio de poder se direcionava para a aliança com os muçulmanos, e o Islã conquistou muitos novos convertidos em Medina.

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