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A Viagem Noturna e a Ascensão (parte 2 de 6): Masjid Al-Aqsa

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2257 2014/03/08 2024/11/10

Essa foi uma época difícil na vida do profeta Muhammad e essa jornada foi uma grande homenagem para ele.  A transmissão da mensagem estava entrando em uma nova fase e o estabelecimento da nação muçulmana estava prestes a começar.  O profeta Muhammad estava se sentindo sobrecarregado e sozinho.  A vasta maioria dos mecanos tinha se recusado a ouvir seu chamado ou aceitar sua mensagem.  Tanto seu amado tio quanto sua querida esposa tinham morrido e esse presente de Deus lhe ofereceu apoio e abriu seus olhos para os sinais e maravilhas do universo.  Depois de viajar a enorme distância para Jerusalém no lombo de al-Buraq, o profeta Muhammad alcançar a área conhecida como Masjid al-Aqsa. Desmontou e amarrou al-Buraq a um elo no portão.

 


Outro Milagre Acontece


O profeta Muhammad entrou na Masjid - o lugar de prostração - sendo recebido por um grupo dos profetas anteriores; ele então teve a grande honra de liderá-los na oração.  Deus recompensou Seu mensageiro e fez com que entendesse que os profetas antes dele também passaram por tempos difíceis pregando aos seus povos.  Ficaram atrás do profeta Muhammad e o reconheceram como seu líder.  Essa foi outra indicação de sua importância e excelência e também da natureza de sua mensagem.

Antes do advento do profeta Muhammad todos os profetas transmitiram suas mensagens de submissão ao Deus Único para seu próprio povo; Muhammad, entretanto, tinha vindo para toda a humanidade.  Deus Se refere a ele como uma misericórdia.  Deus diz no Alcorão:


“É todo ouvidos sim, mas para o vosso bem; crê em Deus, acredita nos crentes e é uma misericórdia para aqueles que, de vós, crêem!” (Alcorão 9:61)


A mensagem era internacional e essa comunicação distribuída em todo o mundo era o Islã.  Os profetas de Deus ficaram atrás do mensageiro mais novo e final de Deus e o apoiaram quando sua necessidade foi maior.  O profeta Muhammad menciona em seus ditos que todos os profetas são irmãos.[1] Essa congregação de pé atrás do profeta Muhammad foi um sinal de irmandade real e eterna.

 


O Significado de Al-Aqsa

O fato de que essa ocasião momentosa ocorreu em Jerusalém também é significativo.  Essa é a terra dos profetas de Deus; é a terra de Abraão, Moisés e Jesus. Deus estava forjando um elo entre sua Casa Sagrada em Meca e Masjid Al-Aqsa em Jerusalém.  Deus também estava vinculando o chamado berço da religião, a Terra Sagrada ao redor de Jerusalém, com a terra da Arábia, o local de nascimento da religião designada pelo Criador para toda a humanidade, o Islã.


Deus estabeleceu Al-Aqsa como uma das três Masjids sagradas no Islã.  A Masjid sagrada em Meca, a Masjid do profeta Muhammad, ainda a ser estabelecida em Medina, e essa Masjid nessa vizinhança abençoada de Jerusalém.  Somente para essas três masjids os muçulmanos podem viajar com o propósito de adoração.[2] Uma oração na Masjid Al-Aqsa equivale a 250 orações em qualquer outro lugar, excluindo a Masjid do profeta, onde uma oração equivale a 1.000 orações e a Masjid sagrada em Meca, onde uma oração contém a recompensa de 100.000 orações.[3] Deus enfatizou o significado e santidade da Masjid Al-Aqsa, e por essa razão ela desempenha um papel importante na vida de um muçulmano.   Por isso é guardada e protegida zelosamente.

 


Al-Aqsa foi a primeira qiblah (a direção para onde os muçulmanos se voltam para orar) no Islã, mas essa direção foi mudada posteriormente para a Masjid sagrada em Meca.  É difícil estabelecer a data exata dessa mudança, mas a partir de evidência podemos descobrir aproximadamente quando ocorreu, porque a missão do profeta Muhammad é dividida em dois períodos distintos.  O período mecano, definido pelo chamamento das pessoas à religião do Islã e o período medinense, definido pelo estabelecimento do estado muçulmano.  O profeta Muhammad e a maioria de seus seguidores migraram para a cidade de Medina no 14º ano da missão profética.

 


A Viagem Noturna e a Ascensão ocorreram no final do período mecano, enquanto que a mudança da qiblah para Meca aconteceu cerca de 15 meses depois da migração do profeta para Medina.  A partir disso, podemos inferir que os muçulmanos se voltaram para Al-Aqsa quando oravam por aproximadamente três anos, antes de Deus mudar a direção para Meca.  Isso de forma algum diminui o significado de Jerusalém ou da Masjid Al-Aqsa; representa meramente outro passo no estabelecimento da mensagem para toda a humanidade.  A Masjid sagrada em Meca foi fixada como ponto central no Islã.

 


A Viagem e o Milagre Continuam

Enquanto estava nos arredores sagrados da Masjid Al-Aqsa, o anjo Gabriel apresentou ao profeta Muhammad duas xícaras.  Uma estava cheia de leite e a outra com vinho e ambas foram oferecidas ao profeta.  O profeta Muhammad escolheu e bebeu o leite.  O anjo Gabriel então disse a ele: “Agradeça a Deus, que o guiou para a fitrah; se tivesse escolhido o vinho, seus seguidores teriam se desviado”.[4] É difícil traduzir a palavra árabe fitrah; ela denota o estado natural e puro no qual nascemos, um sentimento inato que orienta a fazer a coisa “certa”.  O profeta Muhammad instintivamente escolher o certo sobre o errado, o bem sobre o mal e a Senda Reta ao invés do caminho desviado para o inferno.


Foi a partir da cidade sagrada de Jerusalém, nos arredores sagrados da Masjid Al-Aqsa[5], que o profeta Muhammad começou a próxima etapa de sua milagrosa Viagem Noturna.  O profeta Muhammad ascendeu ao nível mais baixo do paraíso a partir de uma rocha.  Essa rocha pode ser encontrada dentro do Domo da Rocha, o símbolo mais famoso de Jerusalém.  Não deve ser confundido com o prédio atual da masjid, que fica no outro lado do complexo de Al-Aqsa.  Todo o complexo é a masjid, mas existem muitas construções separadas.  É importante lembrar que embora o Domo da Rocha esteja dentro do complexo da masjid, não é a Masjid Al-Aqsa e não é o lugar de prostração onde o profeta Muhammad liderou os profetas anteriores em oração.  A partir da rocha, agora coberta pelo familiar domo dourado, o profeta Muhammad ascendeu ao nível mais baixo do paraíso na companhia do anjo Gabriel.



Footnotes:

[1] Saheeh Al-Bukhari

[2] Saheeh Al-Bukhari e Muslim

[3] Saheeh al-Hakim

[4] Saheeh Bukhari

[5] O complexo também é conhecido como “Monte do Templo” no ocidente, por causa do templo que Salomão construiu lá.

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