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A Família no Islã (parte 1 de 3): O Apelo da Vida Familiar Islâmica

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1772 2014/09/15 2024/11/17

No Islã, considerar o bem-estar do “outro” ao invés de apenas o “eu” é uma virtude tão enraizada na religião que é evidente até mesmo para aqueles fora dela.  O advogado britânico humanitário e defensor de direitos civis, Clive Stafford-Smith, um não-muçulmano, declarou: “O que eu gosto sobre o Islã é o foco sobre o grupo, que é oposto ao foco do Ocidente sobre a individualidade.”[1]


Os indivíduos que formam qualquer sociedade são unidos através de vínculos relacionados a um grupo.  O mais forte de todos os vínculos sociais é o da família.  E embora seja justificavelmente argumentado que a unidade familiar básica seja a fundação de qualquer sociedade humana, isso é particularmente verdade para os muçulmanos.  De fato, o grande status que o Islã concede ao sistema familiar é exatamente o que com freqüência atrai muitos novos convertidos ao Islã, particularmente mulheres.


“Com leis para quase todos os aspectos da vida, o Islã representa uma ordem com base na fé que as mulheres vêem como crucial para criarem famílias e comunidades saudáveis, e corrigir o dano feito pelo humanismo secular popular dos últimos 30 anos, dizem vários especialistas.  Além disso, as mulheres de lares desfeitos podem ser especialmente atraídas para a religião por causa do valor que ele coloca na família, disse Marcia Hermansen, uma professora de estudos islâmicos na Loyola University em Chicago e uma americana que também se converteu ao Islã.”[2]


Essa tendência de prezar os valores familiares tradicionais entre os que se convertem ao Islã é mais predominante entre latinos da América do Norte ou na comunidade hispânica.  Como um dos muçulmanos da Flórida observou:  “Eu tenho visto uma taxa crescente de hispânicos se convertendo ao Islã.  Eu acho que a cultura hispânica em si é muito rica em termos de valores familiares, e isso é algo que é muito proeminente na religião do Islã.”


Então, quais são os valores particulares ou características da vida familiar islâmica que tantos têm achado atraente?


Em um evento na Universidade Islâmica de Columbia, Hernan Guadalupe, uma equatoriano-americana: “falou de semelhanças culturais e valores familiares inerentes aos hispânicos e muçulmanos.  Tipicamente, os lares hispânicos são unidos e devotos, e as crianças são educadas em um ambiente estrito – características que se assemelham aos lares islâmicos.”[3]


E em um outro relato jornalístico recente, também foi observado como isso acontece: “Os valores familiares desempenham um papel fundamental na formação de uma comunidade muçulmana.  Por causa desses valores familiares, existem muitas outras normas que são consistentes dentro da comunidade hispânica e o Islã; por exemplo, o respeito pelos mais velhos, o casamento e a educação das crianças, são algumas das tradições que os hispânicos têm em comum com o Islã.”[4]


Alguns convertidos americanos também têm tido algo a dizer sobre essa experiência, e alguns desses relatos estão reunidos em um livro escrito pela mãe de uma convertida; Daughters of Another Path de Carol L. Anway.  Uma mulher, citada no livro[5], falou sobre sua mudança de atitude em relação ao casamento e a vida familiar após se converter ao Islã.  “Eu fiquei mais limpa e calma a medida que me aprofundei na religião.  Eu me tornei altamente disciplinada.  Eu não pretendia casar antes de ser muçulmana, e ainda assim rapidamente eu me tornei esposa e então mãe.  O Islã forneceu uma estrutura que me permitiu expressar crenças, como modéstia, gentileza e amor, que eu já tinha.  Também me levou à felicidade através do casamento e do nascimento de dois filhos.  Antes do Islã eu não tinha tido vontade de ter minha própria família, uma vez que eu odiava (a idéia de ter) filhos.”


Uma outra mulher fala de sua aceitação dentro da família estendida no mesmo livro.  “Nós nos encontramos no aeroporto com uma grande parte da família dele, e foi um momento muito comovente, que eu nunca esquecerei.  Mama (sua sogra) é como um anjo... eu tenho chorado muito, por causa do que eu vejo aqui.  O sistema familiar é muito singular com uma proximidade que vai além das palavras.”[6]


No Apêndice C do livro, uma americana convertida de 35 anos, há 14 anos uma muçulmana, escreveu sobre a família de seu marido e os valores deles em relação aos seus próprios valores americanos.  “Eu encontrei todos os membros da família imediata do meu marido e alguns membros de sua imensa família estendida...eu aprendi muito com eles.  Eles têm um jeito maravilhoso de se relacionar com suas crianças, uma forma que engendra respeito pelos outros e muita alta estima.  É interessante ver como operam uma criança e uma cultura orientadas pela religião.  Os familiares do meu marido, em contraste com a cultura americana, têm demonstrado grande apreciação por certos elementos de minha identidade cultural americana...eu vi que o Islã está certo em dizer que a moderação é o caminho correto.”[7]


Dessas citações, uma de um intelectual não-muçulmano, outras de convertidos e jornalistas, e algumas de mulheres americanas comuns que abraçaram o Islã, podemos ver que os valores familiares no Islã são um de seus maiores atrativos.  Esses valores vêm de Deus e Sua orientação, através do Alcorão e do exemplo e ensinamentos de Seu Mensageiro, Muhammad, que Deus o exalte, que indica a unidade familiar como o sustentáculo da religião e do modo de vida islâmico.  A importância de formar uma família é enfatizada por um dito do próprio Profeta, que disse:


“Quando um homem se casa, ele cumpre metade de sua religião, então deixem-no temer a Deus em relação à metade restante.”[8] (al-Baihaqi)


Os dois artigos que se seguem discutirão a família no Islã à luz do Alcorão e dos ensinamentos proféticos.  Através de uma breve exploração da abordagem do Islã sobre casamento, respeito pelos pais e idosos, e a educação das crianças, podemos começar a apreciar os benefícios da família no Islã.



Footnotes:

[1] Emel Magazine, Edição 6 - Junho/Julho 2004.

[2] “Islam’s Female Converts (Mulheres Convertidas do Islã)”; Priya Malhotra, 16 de Fevereiro, 2002. (veja https://thetruereligion.org/modules/xfsection/article.php?articleid=167).

[3] “Some Latinos convert to Islam (Alguns Latinos convertidos ao Islã)”; Marcela Rojas, The Journal News (https://www.thejournalnews.com/apps/pbcs.dll/article?AID=/20051030/NEWS02/510300319/1028/NEWS12)

[4] “Islam Gains Hispanic Converts (Islã Conquista Convertidos Hispânicos)”; Lisa Bolivar, Correspondente Especial, 30 de Setembro de 2005. (https://thetruereligion.org/modules/xfsection/article.php?articleid=405)

[5] Daughters of Another Path, quarta edição, Al-Attique Publishers, p.81.

[6] Daughters of Another Path, p.126.

[7] Daughters of Another Path, p.191.

[8] Uma narração do Profeta, por Anas b. Malik, seu servo pessoal; coletada e comentada pelo Imam al-Baihaqi em Shu’ab al-Iman (Ramos da Fé).

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