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Zainab, Ex-Cristã, EUA (parte 2 de 2)

1339 2015/02/04 2024/11/17

Também estava envolvida em ministérios de estudantes cristãos.  Sempre preferi ter amigos cristãos a não cristãos, porque pensávamos de forma mais parecida.  E, embora tivesse muitas amigas cristãs ótimas, também sentia falta de proximidade com elas por causa de uma diferença de opinião sobre o que constituía viver conforme as leis de Deus, com relação a namoro, álcool, ir a clubes, etc.  Constantemente perguntavam se havia alguma coisa errada comigo e ironizavam quando recusava convites para clubes, bebida, etc.  Isso me fazia sentir terrível por dentro.


Um dia encontrei várias irmãs muçulmanas e senti uma afinidade instantânea, como nunca tinha sentido antes.  Como eu, não namoravam, xingavam, bebiam e a longa lista de outros vícios comuns.  Era um sentimento muito bom encontrar pessoas com quem estivesse tão de acordo sobre tantos assuntos.  Fiquei surpresa em saber que havia outra pessoa no planeta tão semelhante a mim.  Não tinha ideia de que tal criatura existisse.


Já que era a segunda vez que os muçulmanos tinham despertado minha atenção, decidi que devia ao menos investigar o Islã. Então, liguei para uma mesquita e fui até ela para receber orientação.  Recebi uma cópia de Alcorão e comecei a lê-la.  Lentamente meu foco começou a mudar do Cristianismo para o Islã.  Primeiro parei de ensinar a parte do "Cristo como Salvador" nas lições de minha escola dominical e optei por lições de moralidade a cada semana.  Entretanto, logo me tornei incapaz de olhar as crianças nos olhos quando as ensinava, porque senti que era uma hipócrita para elas e seus pais, que esperavam que fosse um modelo cristão.

Em seguida, durante minha oração, senti que Deus me guiava para parar de ensinar na escola dominical e ir a igrejas diferentes aos domingos estudar o crescimento da igreja.  Por exemplo, quando duas igrejas estão localizadas na mesma rua, por que uma tem 50 membros e a outra tem 5.000?  Na época não fazia sentido para mim, mas senti-me fortemente impelida a fazer isso. Tinha aprendido que se tivesse certeza de que Deus estava guiando em certa direção e convicção de que era Deus e não o próprio instinto ou desejo, então era melhor fazê-lo se quisesse a vida melhor.  Tinha ignorado Sua orientação no passado e fracassei muitas vezes. (Mais histórias engraçadas para outra ocasião)


Não discuti o Islã com ninguém, porque sentia que estava traindo toda a minha família e amigos cristãos. Não discuti nem com minhas amigas muçulmanas, porque não queria que minha decisão sofresse qualquer pressão.  Lentamente, sem perceber, comecei a mudar minhas crenças do Cristianismo  para o Islã.  Não foi uma transformação rápida ou fácil, porque toda a base de minha vida era cristã, mas ainda assim, transformou-se.


Um dia, uma amiga muçulmana na escola perguntou-me o que gostava de fazer quando não estava na escola.  Disse a ela que minha atividade favorita era ensinar na escola dominical.  Ela me perguntou onde eu ensinava e disse-lhe que não estava ensinando em lugar nenhum.  Ela perguntou por que, se era a minha atividade favorita.  Nesse ponto percebi que havia mudado, sem mesmo perceber que tinha acontecido.  Sabia que nunca voltaria a ensinar na escola dominical, porque não era mais cristã, mas, ao invés disso, talvez, possivelmente, muçulmana.  Minhas crenças eram agora solidamente islâmicas.  Foi uma das coisas mais difíceis que tive que admitir. Acho que, de certa forma, esperava no fim retornar ao Cristianismo, para que minha vida fosse mais fácil, mas não.  Lentamente respondi a ela que não acreditava mais no Cristianismo, perplexa e triste com essa constatação.  Foi muito difícil proferir aquelas palavras.  Ela perguntou por que e expliquei que tinha lido o Alcorão e acreditava em seu conteúdo, em oposição ao que continha a Bíblia.  Ela perguntou: "Então, você é muçulmana?". Disse "Não sei o que define alguém como muçulmano." Ela me fez uma série de perguntas sobre minhas crenças e então me disse que eu era muçulmana e que só precisava me converter.  Perguntei como a pessoa se converte e ela disse que só precisava repetir as palavras que diria e assim fiz.  Então, experimentei a morte do meu Cristianismo e o nascimento do meu Islã em poucos minutos.  Desnecessário dizer, esse momento está gravado em meu cérebro permanentemente, InshaAllah [Se Deus quiser].


Estava tão excitada, mas tinha que ser positiva, que aquilo que tinha pensado de fato acontecera.  Não queria uma decisão vacilante em relação a essa conversão, ou seja, muçulmana um dia e cristã no outro, muçulmana no dia seguinte e de volta ao Cristianismo novamente. Então marquei encontros com quatro imames para descobrir exatamente o que significava ser muçulmana, constatando que era muçulmana.


No mês seguinte estava feliz com a sensação de estar em casa.  Sentia que o que havia procurado toda a minha vida tinha sido encontrado e, pela primeira vez, estava na casa a qual pertencia.  Sentia que sempre fui muçulmana, mas Deus decidiu que serviria melhor aos Seus interesses nascendo em um ambiente cristão, porque isso me colocou em uma posição para servi-Lo de um ângulo muito diferente do muçulmano que nasceu na religião.  Aprendi muitas coisas com meus irmãos e irmãs muçulmanos, mas existem muitas áreas nas quais os muçulmanos podem aprender com aqueles que foram educados como cristãos.  InshaAllah, espero nunca esquecer o dia em que me converti, porque assim que o fiz o mundo repentinamente pareceu diferente, como se tudo de repente ficasse colorido.   Sei que soa muito tolo, mas é a única forma com a qual consigo descrever a mudança que experimentei.  As coisas pareceram diferentes, cheiravam diferentes, soavam diferentes, etc.  Realmente não consigo colocar em palavras.

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