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Modéstia (parte 1 de 3): Visão Geral

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1702 2013/12/08 2024/03/28

A modéstia e a timidez desempenham uma parte especial entre as questões do Criador e da criatura.  Todos os profetas e mensageiros encorajaram a modéstia, como o profeta, que a misericórdia e as bênçãos de Deus estejam sobre ele, disse:


“Dentre os ensinamentos dos primeiros profetas que chegaram até vocês está: “Se não tiver vergonha, faça o que quiser.”” (Al-Bukhari)


A modéstia como senso de vergonha ou timidez nos seres humanos é um retraimento da alma em relação à conduta indecente, uma qualidade que previne o mau comportamento em relação aos outros ou que encoraja outros a se comportarem mal em relação a você.  A ética islâmica considera a modéstia como mais do que apenas uma questão de como uma pessoa se veste e mais do que apenas modéstia na frente das pessoas; ao contrário, ela se reflete na fala, vestimenta e conduta: em público em relação às pessoas e em privado em relação a Deus.  Qualquer conversa sobre modéstia, portanto, deve começar com o coração e não com questões exteriores, como o profeta da Misericórdia disse: “A modéstia é parte da fé”[1]  e essa parte da fé reside no coração.


Seja reservado no falar.  Como tudo no Islã, a fala deve ser moderada.  Elevar a voz como forma de demonstrar ira simplesmente mostra inabilidade de contê-la e apenas prejuízo derivará disso.  Raiva descontrolada, por exemplo, pode levar ao abuso verbal e físico de outra pessoa o que, em ambos os casos, removem o véu da timidez com o qual se é dotado, expondo o ego vergonhoso.  O Profeta disse:


“Uma pessoa forte não é a que derruba seus adversários no chão. Uma pessoa forte é a que se contém quando está com raiva.” (Saheeh al-Bukhari)


Uma pessoa forte que crê sente timidez na frente de Deus e Sua criação, uma vez que Deus sabe e vê tudo.  Sente-se envergonhado de desobedecer a seu Senhor e sente vergonha se peca ou age inapropriadamente, em privado ou em público.  Esse tipo de modéstia é adquirido e está diretamente relacionada à fé, em que a consciência de Deus aumenta a “timidez” perante Ele.


A moralidade islâmica divide modéstia em natural e adquirida.  A modéstia é uma qualidade inerente em meninas e meninos, um certo tipo de modéstia que é natural em seres humanos.  Manifesta-se, por exemplo, em uma necessidade humana natural de cobrir as partes privadas.  De acordo com o Alcorão, quando Adão e Eva comeram do fruto da árvore proibida, se conscientizaram de que suas partes privadas estavam expostas e começaram a se cobrir com folhas do paraíso, um resultado natural de sua modéstia.


Os sábios islâmicos consideram a modéstia como a qualidade que distingue seres humanos de animais.  Os animais seguem seus instintos sem sentir qualquer vergonha ou senso de certo ou errado.  Portanto, quanto menos modesta uma pessoa é, mais ela se assemelha aos animais.  Quanto mais modéstia uma pessoa tem, mais ela se aproxima dos seres humanos.  O Islã determinou certas legislações que induzem esse senso de modéstia nos humanos. Essa legislação varia de buscar permissão antes de entrar em qualquer ambiente e se distanciar de outros enquanto se aliviam, até ordenar certas formas de vestimenta para homens e mulheres. Outra forma através da qual a modéstia pode ser obtida é pela associação com pessoas modestas – em cuja presença uma pessoa se sente embaraçada de fazer qualquer coisa vergonhosa – como o profeta disse:


“Eu os aconselho a serem tímidos em relação a Deus, o Exaltado, da mesma forma que são tímidos em relação a um homem virtuoso de seu povo.” [2]


Ter vergonha do olhar de um estranho é uma das forças impulsionadoras por trás da modéstia no vestir.  Pode ser vista nas crianças, que naturalmente se afastam de estranhos, às vezes se escondendo nas saias de suas mães ou atrás das pernas de seus pais.  No Islã, ocultar a maior parte de seu corpo do olhar de um estranho, especialmente do sexo oposto, é de fato obrigatório como meio de evitar cair em conduta que pode levar ao sexo extra ou premarital.  Deus diz:


“Dize aos crentes que recatem os seus olhares e conservem seus pudores, porque isso é mais benéfico para eles; Deus está bem inteirado de tudo quanto fazem. Dize às crentes que recatem os seus olhares, conservem os seus pudores e não mostrem os seus atrativos, além dos que (normalmente) aparecem; que cubram o colo com seus véus e não mostrem os seus atrativos.” (Alcorão 24:30-31)


O versículo menciona as pessoas perante as quais a mulher está isenta de se cobrir; aqueles que não são chamados de “estranhos”.  O mandamento também é relaxado com as maduras: uma mulher de idade avançada que não tem esperança de se casar pode descartar os sobretudos que cobrem a roupa que estão usando.[3]


Como visto desse versículo, a ética islâmica vê a modéstia não como virtude somente para as mulheres, mas para os homens também.  Portanto, os homens também devem se vestir modestamente, sendo cuidadosos em usar roupas opacas e folgadas cobrindo totalmente a área entre suas cinturas e joelhos. Calças justas ou roupas transparentes são proibidas. Essa modéstia é refletida na vestimenta dos homens muçulmanos em todo o mundo, com camisas longas abaixo das coxas e calças folgadas.


Pode-se perceber, entretanto, que as mulheres ficam com a parte mais difícil de “vestir-se modestamente.” Quando se reflete, entretanto, sobre o predador e a presa nas relações ilícitas entre os sexos, a presa que está escondida escapa de ser uma vítima.  Além disso, outro versículo diz que a modéstia no vestir de fato identifica a mulher crente, [4] um “alvo” que o muçulmano devoto, ou qualquer homem decente, seria motivado a proteger ao invés de abusar.


A forma de desenvolver modéstia é pensar sobre se ele ou ela cometeriam o pecado que estão considerando na frente de seus pais.  Uma pessoa com um mínimo de vergonha no coração não cometeria nenhum ato lascivo na frente de seus pais.  E fazê-lo na frente de Deus?  Deus não é muito mais merecedor de que tais atos não sejam cometidos na Sua frente?  Assim, o Islã considera que a modéstia de um crente na frente de Deus deve ser maior do que na frente das pessoas. Isso se manifesta no dito do profeta quando um homem lhe perguntou sobre permanecer nu na casa quando estivesse sozinho. O profeta respondeu:


“Deus é mais merecedor de vergonha do que as pessoas.” (Abu Dawood)

Os primeiros muçulmanos costumavam dizer: “Tenha vergonha de Deus em privado da mesma forma que tem vergonha na frente das pessoas quando está em público.” Outro de seus ditos é: “Não seja um servo devotado de Deus no seu comportamento em público enquanto é um inimigo Dele em seus assuntos particulares.”


A modéstia pode, assim, ser vista como o meio através da qual a moral e a ética na sociedade são mantidas e exercidas.  A vergonha das pessoas e da sociedade pode ser uma razão para ser modesto, mas essa modéstia não se manterá devido ao fato de que o que é imodesto um dia em uma sociedade secular, pode ser totalmente aceitável no outro. Assim, a chave para a modéstia é saber que Deus está ciente de tudo que faz e se afastar do que Ele proíbe.  Deus só quer o que é melhor para nós.  Buscar o que é melhor é nos submetermos ao que Ele tem em mente para nós.  A única forma de saber adequadamente o que é isso é acreditar no que Ele enviou para nós através de Seu profeta, Muhammad, e abraçar a religião (Islã) que Seu mensageiro nos trouxe.



Footnotes:

[1] Saheeh Al-Bukhari, Saheeh Muslim.

[2] Ahmad em seu trabalho “Az-Zuhd”.

[3] Alcorão 24:60.

[4] Alcorão 33:59.

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