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A Autoria do Alcorão (parte 3 de 3): Foram as Palavras de Satanás ou Deus?

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1785 2015/01/17 2024/12/10

Ensinamentos Corânicos sobre Satanás e sobre Moralidade


Alguns alegam que o Alcorão foi o trabalho do demônio.[1]  Vamos examinar quanto sentido (ou falta de sentido) tem essa alegação.


Se ele é o autor ou inspirou o Alcorão, por que Satanás se amaldiçoaria e chamaria a si próprio o pior inimigo do homem (Alcorão 35:6; 36:60)? Por que Satanás ordenaria que antes de recitar o Alcorão, deve-se primeiro dizer:

“...Eu busco refúgio em Deus de Satanás, o amaldiçoado.” (Alcorão 16:98)


Como poderia Satanás condenar tão veementemente a si próprio?  É aceitável ao bom senso manter a opinião de que Satanás pediria às pessoas para fazerem o bem, terem moral e serem virtuosas, adorarem somente a Deus, não seguirem Satanás ou seus sussurros, e evitarem e lutarem contra o mal?


Manter essa opinião é claramente contrário à razão, já que Satanás só se enfraqueceu através desses meios se ele é o autor.  Até a Bíblia atesta:

“...se Satanás se tem levantado contra si mesmo, e está dividido, tampouco pode ele subsistir;” (Marcos 3:26)[2]

Esse argumento se aplica a quaisquer “forças satânicas”, sejam elas “espíritos malignos”, “alienígenas enganadores”, etc.

 


Os Conteúdos Factuais e Informação Científica do Alcorão

Dentro do Alcorão estão registrados fatos sobre tempos antigos que não era conhecidos dos contemporâneos de Muhammad e mesmo de historiadores na primeira metade do século 20.  Nos versículos nós também encontramos referências a maravilhas científicas, algumas descobertas ou confirmadas apenas recentemente, com relação ao universo, biologia, embriologia, astronomia, física, geografia, meteorologia, medicina, história, oceanografia, etc.  Abaixo estão alguns exemplos de descobertas científicas modernas mencionadas no Alcorão.


  • A Cidade Perdida de Iram. (Alcorão 89:7)
  • As abelhas operárias serem fêmeas. (Alcorão 16:68)
  • As montanhas como “estacas” e estabilizadores. (Alcorão 78:6-7)
  • A forma esférica da Terra. (Alcorão 7:54; 36:37; 31:29)
  • O universo em expansão. (Alcorão 51:47)
  • O “Big-Bang”. (Alcorão 21:30)
  • Que em um determinado ponto no tempo, todo o universo não era mais do que uma nuvem de “fumaça”. (Alcorão 41:11)
  • A descrição corânica do desenvolvimento do embrião humano. (Alcorão 23:12-14)

Os leitores que estiverem interessados em mais exemplos, refiram-se a “A Bíblia, o Alcorão e a Ciência” de Maurice Bucaille[3],  “Struggling to Surrender” p.33-38, de Jeffery Lang[4], “The Quranic Phenomenon” de Malik Bennabi[5], “The Developing Human”, terceira edição, de Keith L.Moore[6], “Um Breve Guia Ilustrado para Compreender o Islã”, de I. A.Ibrahim[7], “The Sources of the Quran” de Hamza Mustapha Njozi[8], “The Basis of Muslim Beliefs”[9] e “The Amazing Quran”[10] de Gary Miller, etc.


Quantos cientistas e gênios modernos bem treinados com a ajuda de equipamento de alta tecnologia, satélites, telescópios, microscópios e computadores foram necessários para descobrir os fatos científicos mencionados no Alcorão, e quanto tempo?  É concebível que um ser humano há mais de 1.400 anos pudesse ter produzido uma escritura com essa informação, ainda mais se nunca recebeu educação?


Embora a inabilidade do homem em abranger todos os mistérios e complexidades da criação esteja mencionada no Alcorão (67:3-4), a revelação parece apontar para vários fenômenos naturais como se urgindo os seres humanos a questionar e verificar o que é dito – mais uma vez, em uma atitude de autoconfiança que só se pode supor que o autor esteja de fato desafiando a nossa descrença.  Para ser generoso com os céticos, talvez uma ou duas das revelações científicas sejam resultado de uma boa adivinhação ou coincidência, mas qual é a probabilidade de que todas elas sejam?

Comparar as declarações corânicas que lidam com o universo físico com certas noções científicas nos leva a descobrir semelhanças profundas.  Mas, de forma mais notável, como o Dr. Maurice Bucaille observa, o Alcorão se distingue de todos os outros trabalhos da Antigüidade que descrevem ou tentam explicar os trabalhos da natureza no sentido de que evita conceitos errados.  Porque no Alcorão, são tratados muitos assuntos que têm relação com o conhecimento moderno sem uma única declaração contraditória com o que foi estabelecido pela ciência atual.[11]

O Dr. Bucaille chega ao ponto de concluir o seu estudo com o seguinte comentário:

“Em vista do nível de conhecimento na época de Muhammad, é inconcebível que muitas declarações no Alcorão que estão conectadas com a ciência pudessem ser o trabalho de um homem.  É, além do mais, perfeitamente legítimo, não apenas considerar o Alcorão como uma expressão de Revelação, mas também colocá-lo em uma posição muito especial, com base na garantia de autenticidade que fornece e a presença nele de declarações científicas que, quando estudadas hoje, parecem um desafio à explicação em termos humanos.”[12]

Conclusões

Ao examinar a possível fonte do Alcorão nós cobrimos os seguintes pontos:

  • Muhammad ser iletrado
  • A integridade de Muhammad
  • O Estilo do Alcorão
  • Discrepâncias entre o Alcorão e a Bíblia
  • Ensinamentos corânicos sobre Satanás e sobre moralidade, e
  • Os conteúdos factuais e informação científica do Alcorão

Esses pontos foram apresentados para nos ajudar em nosso “processo de eliminação” de fontes ou autores inaceitáveis do Alcorão, como se segue:

Muhammad : Nós podemos começar eliminando Muhammad da lista de possíveis autores do Alcorão.  Simplesmente não há meio de que ele seja o autor do Alcorão em vista dos pontos 1, 2, 3, 5 e 6 apresentados acima.


Outro Poeta(s), Erudito(s) Árabe, etc.: Nós também podemos eliminar qualquer outro árabe da lista de possíveis autores em vista dos pontos 2, 3 e 6 (pelo menos).


Algum Não-Árabe: As razões para eliminação de qualquer árabe da lista também elimina qualquer erudito, poeta ou personalidade religiosa não-árabe.


Monges Cristãos ou Rabinos Judeus (ou seja, fontes judaico-cristãs): Essa fonte alternativa do Alcorão não é razoável em vista dos pontos 1, 2, 3, 4 e 6.


Satanás (ou outros espíritos ou alienígenas, ou qualquer um a seu lado, etc.): Essa opinião também é inaceitável em vista dos pontos discutidos, especialmente o 5.

Deus: Na ausência de qualquer alternativa mais aceitável como fonte e autor ao Alcorão, se é mais ou menos forçado pela razão a aceitar o Alcorão pelo que ele alega ser – revelação de Deus através de Seu Profeta Muhammad, que Deus o exalte. Essa posição parece razoável não só porque é a única opção que não pode ser objetivamente eliminada, mas porque é razoável esperar que um livro com tais qualidades e conteúdos venha do Criador e Orientador do homem.  De todas as fontes possíveis do Alcorão, também é a única última alternativa - Deus - que clama no próprio Alcorão ser o autor da escritura.

A posição, portanto, que coloca Deus como o autor do Alcorão se mantém, e o desafio (ou teste de falsificação, Alcorão 4:82) permanece aberto a qualquer um para desqualificar a reivindicação do Alcorão de ser uma revelação de Deus.  Tendo nós mesmos empreendido essas tarefas, a disputa dos muçulmanos de que o Alcorão é a Palavra de Deus não parece apenas o produto de fé cega mas, de fato, um produto de julgamento muito embasado e razoável a luz de todas as evidências disponíveis. De fato, após ter acessado as evidências, seria fé cega dizer o contrário!

Nota: A evidência da Autoria Divina do Alcorão também é evidência para a existência do Divino.  Deus deve existir, a menos que se possa produzir um autor mais razoavelmente aceitável do Alcorão!



Footnotes:

[1] Ver Islam and the West: the Making of an Image, de Norman Daniel, UK: Edinburgh University Press, 1989, p.83, 94, etc.

[2] Citado em H.M. Njozi, The Sources of the Quran: A Critical Review of the Authorship Theories, Saudi Arabia: WAMY Publications, 1991, p.96

[3] Maurice Bucaille, The Bible, the Quran and Science, Indianapolis: American Trust Publications, 1978

[4] Jeffrey Lang, Struggling to Surrender, Maryland: Amana Publications, 1994

[5] Malik Bennabi, The Quranic Phenomenon, traduzido por A.B. Kirkary, Indianapolis: American Trust Publications, 1983

[6] Keith Moore, The Developing Human, terceira edição, Philadelphia: W.B. Saunders Co., 1982

[7]  I.A. Ibrahim, A Brief Illustrated Guide to Understanding Islam, Houston: Darussalam Publishers, 1997

[8] Citado em H.M. Njozi, The Sources of the Quran: A Critical Review of the Authorship Theories, Saudi Arabia: WAMY Publications, 1991, p.96 WAMY Publications, 1991

10 Gary Miller, The Basis of Muslim Beliefs, Kuala Lampur: Departamento do Primeiro Ministro Prime – Divisão de Assuntos Islâmicos, 1995

11 (https://users.erols.com/ameen/amazingq.htm)

12 Maurice Bucaille, The Bible, the Quran and Science, Indianapolis: American Trust Publications, 1978

13 [76] ibid., p.163.

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