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Terceiro Objeto da Pesquisa: A Universalidade da Misericórdia

3498 2011/01/10 2024/03/28

terceiro objeto da pesquisa: a universalidade da misericórdia

 

da mesma forma, entendemos da palavra de deus, exaltado seja: “e não te enviamos, senão como misericórdia para a humanidade.” (21:107) que a misericórdia do profeta é uma misericórdia abrangente, geral e universal. não é discriminatória, estabelecida sobre raças, cores ou escolas. é uma misericórdia para toda a humanidade. é geral e irrestrita para todos. não é misericórdia para árabes sem os não-árabes, para muçulmanos sem os outros, ou do oriente sem o ocidente, mas é misericórdia para todo o universo.

 

a respeito disso, laura veccia vaglieri diz: “os versículos do alcorão, que se referem à universalidade do islam, descrevem-no como a religião que deus, exaltado seja, revelou para o seu profeta (deus o abençoe e lhe dê paz), como ‘misericórdia para todas as criaturas’. é um chamado direto para todo o mundo. essa é uma prova cristalina que mohammad (deus o abençoe e lhe dê paz) sentiu, com completa convicção, que sua mensagem podia ultrapassar os limites da nação árabe. sentiu, também, que tinha a obrigação de informar a nova palavra para as nações de diferentes raças e que falavam línguas diferentes.”1

 

abu mussa (que deus o tenha em sua glória) relatou que ouviu o profeta (deus o abençoe e lhe dê paz) dizer: “não sereis verdadeiramente crentes, sem terem misericórdia uns dos outros.” os companheiros do profeta (deus o abençoe e lhe dê paz) disseram: “ó mensageiro de deus, todos nós somos misericordiosos” ele replicou: “não quero dizer sua misericórdia um com outro, mas em relação a todas as pessoas..., todas as pessoas.”2

 

é a misericórdia por todas as pessoas. o profeta (deus o abençoe e lhe dê paz) tornou isso uma das condições da fé. portanto, a pessoa não pode ser considerada misericordiosa sem que tenha misericórdia pelas pessoas em geral.

 

anas ibn málik (que deus o tenha em sua glória) relatou que ouviu o mensageiro de deus (deus o abençoe e lhe dê paz) dizer: “juro por deus, ele, exaltado seja, não coloca a sua misericórdia a não ser em misericordioso.” disseram: “ó mensageiro de deus, todos nós somos misericordiosos. ele replicou: “não é a misericórdia de um para com o outro, mas por todas as pessoas.”3

 

abdullah ibn ‘amr relatou que o mensageiro de deus (deus o abençoe e lhe dê paz) disse: “os misericordiosos seram misericordiados pelo misericordioso. portanto, mostrem misericórdia por todas as criaturasda terra para obterem a misericórdia dos que estão nos céus.””4

 

assim a misericórdia das pessoas deve exceder os seres humanos para alcançar os animais. o crente deve ter misericórdia dos animais e deve saber que é responsável perante deus da forma que trata os animais.5

 

em adição a isso, a misericórdia por todas as criaturas da terra é uma condição para se obter a graça de deus, como é mencionado no dito do profeta: “mostrem misericórdia por todas as criaturas da terra para obterem a misericórdia dos que estão nos céus.”

 

por isso que a misericórdia do profeta era para a humanidade em geral. ela inclui o muçulmano e o não-muçulmano, o crente e o hipócrita, o árabe e o não-árabe, o oriental e o não oriental, africanos e europeus, o grande e o pequeno, o homem e a mulher, o ser humano, os animais, os pássaros e os inanimados. considera a humanidade uma só família, pertencente a um só senhor, a um só pai (adão), a uma só terra. ele disse: “ó gente, fiquem sabendo que o seu senhor é um só, o seu pai é um só (adão). não há distinção entre o árabe e o não árabe, entre o branco e o negro nem entre o negro e o branco a não ser pela piedade.”6

­­­­­­­­­­­­­­­­­por isso, o mensageiro de deus (deus o abençoe e lhe dê paz) foi uma misericórdia para todas as nações, em geral e para a sua nação em particular. tinha de cuidar dela e se preocupar por ela quanto ao castigo do dia do juízo final. tinha emoções fortes quanto à essa questão. uma vez recitou as palavras de deus, ditas por jesus (a paz esteja com ele) e reveladas no alcorão: “se tu os castigas é porque são teus servos; e se os perdoas, é porque tu és o poderoso, o prudentíssimo.” (5:118). então, as fontes da misericórdia brotaram, o coração do profeta tremeu e pediu a deus em submissão: “ó deus, minha nação... minha nação!” e chorou. logo depois, o anjo gabriel apareceu para acalmá-lo e amenizar o seu temor pela sua nação e dizer: “deus, exaltado seja, lhe diz: “você ficará satisfeito quanto à tua nação. não vamos desapontá-lo.”7

além disso, ele (deus o abençoe e lhe dê paz) foi misericórdia para os não-muçulmanos, mesmo para com as pessoas mais maldosas. costumava ser bondoso com elas ao ponto de pensarem que estavam corretos.

portanto, contemple as palavras de amr ibn al ‘as (que deus o tenha em sua glória): “o mensageiro de deus (deus o abençoe e lhe dê paz) costumava ser bondoso nas suas palavras com os mais maléficos das pessoas. costumava ser bondoso comigo, o que me fez pensar que estou certo (antes de ser muçulmano).”8

os não muçulmanos se beneficiaram da misericórdia do profeta; deus, exaltado seja, destruía as nações descrentes por causa de sua desobediência aos profetas. por outro lado, depois que a missão foi dada ao profeta mohammad (deus o abençoe e lhe dê paz), deus, exaltado seja, parou de destruir as nações descrentes. portanto, os descrentes se beneficiaram de sua missão, por ficarem seguros da tortura e da destruição. aquilo foi uma bênção terrena para os descrentes. a respeito disso, deus, exaltado seja, disse ao seu profeta: “porém, é inconcebível que deus os castigue, estando tu entre eles; nem tampouco deus os castigará enquanto puderem implorar por perdão.” (8:33).

trate de contemplar o valor e o status do profeta (deus o abençoe e lhe dê paz) com deus: o versículo acima significa que deus não punirá e destruirá os descrentes enquanto você, profeta mohammad, estiver vivendo entre eles, e enquanto as pessoas lembrarem o teu nome e enquanto as pessoas seguirem o teu caminho.

ele também foi misericórdia para os hipócritas. por causa dele, os hipócritas não receberam punição durante suas vidas. costumavam entrar na mesquita, misturavam-se com os muçulmanos e eram beneficiados de todos os direitos que os muçulmanos desfrutavam. o mensageiro de deus nunca os desmascarou ou revelou os segredos de sua hipocrisia, apesar de conhecer o que estava em seus íntimos. ele informou huzaifa (que deus o tenha em sua glória) sobre eles.9 por isso, ômar ibn al khattab (que deus o tenha em sua glória) costumava observar huzaifa. quando o via não fazendo a oração fúnebre por um morto, omar costumava imitá-lo sem alvoroço e sem taxar o morto de hipócrita.

além disso, o islam não revelou seus segredos. permaneceram entre os muçulmanos e sua descrença se transformou em dúvida ao menos. não foram privados de desfrutarem a vida, porque quem crê que um dia irá morrer e se transformará em nada nunca irá desfrutar da vida. por outro lado, se a sua descrença se torna em dúvida e diga a si mesmo: “pode haver vida após a morte”. assim, a sua vida não se transforma em completa treva. dessa perspectiva, o mensageiro de deus (deus o abençoe e lhe dê paz) foi misericórdia para eles.11

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1. laura veccia vaglieri, “em defesa do islam”, págs. 24-25.

2. narrado por hakim em sua obra, “al mustadrak”, nº 7418. narrado por tabaráni como fidedigno. o al bani o atestou na “sahih at targhib wat tarhib”.

3. fidedigno. narrado por abu ya’la al mussali, 4145, e foi atestado pelo albáni em “a série dos fidedignos”, nº 167

4. narrado por ahmad sob o número 6206; pelo hamidi sob o número 619 e atestado pelo al bani em “a série dos fidedignos” sob o número 925.

5. ver yussuf qaradáwi, “a fé e a vida”, pág. 283.

6. narrado por ahmad, nº 22391; pelo tabaráni, nªº no mu’jam al aussat, nº 4905; pelo baihaqui, nº 4921 e atestado pelo al bani em “a série dos fidedignos” sob o número 2700.

7. narrado por musslim, capítulo: “as preces do profeta (deus o abençoe e lhe dê paz) para a sua comunidade e sua compaixão por ela”, nº 301.

8. narrado por tirmizi nas “chamáil al muhamadiya” (295) e atestado pelo albáni em “resumo dos atributos de mohammad.

9. bukhári, as virtudes dos companheiros do profeta, 20, ibn acir, “assad al ghába” 1/468.

10. ibn al acir, “assad al ghába”, 1/468.

11. ver mohammad fathullah gullen: “a luz eterna de mohammad (deus o abençoe e lhe dê paz), um orgulho para a humanidade”, 2/69.

 

 

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