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A Devoção de toda a Adoração ao Deus Único
Somente a Deus, o Apreciativo, deve ser prestado culto. Isto foi anunciado por todos os Profetas e Mensageiros do Islão, os quais foram enviados por Deus ao longo dos tempos, e é esta a crença fundamental do Islão. Deus diz-nos que o objectivo da criação da Humanidade é o de O adorarmos. O objectivo do Islão é o de afastar as pessoas da adoração à criação, encaminhando-as em direcção ao Criador, a quem unicamente se deve prestar culto.
É aqui que o Islão difere das outras religiões. Não obstante o facto da grande maioria das religiões ensinar que existe um criador, o qual é responsável pela criação de tudo o que existe, raramente elas estão livres de alguma espécie de politeísmo (idolatria), isto no que respeita ao culto. Estas religiões, ou convidam os seus fiéis a adorar outros seres para além de Deus (embora, normalmente, coloquem estes outros deuses a um nível mais baixo do que Deus, que é O Criador), ou, então, exigem que os seus seguidores confiem em outros seres, como intermediários entre eles e Deus.
Todos os Profetas e Mensageiros de Deus, desde Adão (u) a Muhammad (r), instigaram as pessoas a adorar unicamente a Deus, sem Lhe conferirem associados e sem a necessidade de intermediários. Esta é mais pura, simples e natural das fés. O Islão rejeita a noção defendida pelos antropologistas culturais de que a religião inicial dos seres humanos era o politeísmo – a qual, gradualmente, foi desenvolvendo-se para o monoteísmo. Na verdade, os Muçulmanos acreditam justamente no contrário, ou seja, que as culturas humanas regrediram para a idolatria durante os intervalos de tempo existentes entre os vários Mensageiros de Deus. Mesmo enquanto os Mensageiros estavam entre os povos, foram várias as pessoas que resistiram ao seu chamado e praticaram a idolatria, não obstante os avisos recebidos. Subsequentes Mensageiros foram enviados por Deus, com a missão de as trazer de volta ao monoteísmo.
Deus criou os seres humanos com a inclinação natural e inata para O adorarem, e a Ele somente. Contudo, Satanás faz o possível e o impossível para afastar as pessoas do monoteísmo, seduzindo a Humanidade para a adoração de coisas criadas (idolatria). A grande maioria das pessoas tem tendência a centralizar a sua devoção em algo que pode visualizar, algo de imaginável, não obstante o facto de possuírem o conhecimento instintivo de que o Criador do Universo é, de longe, muito superior àquilo que conseguem imaginar. Ao longo da história humana, Deus enviou uma sucessão de Profetas e Mensageiros, para que estes chamassem os povos de volta ao culto prestado ao Deus Único e Verdadeiro. Devido à sedução exercida por Satanás, as pessoas desviam-se constantemente para a adoração de coisas criadas (idolatria e politeísmo).
Deus criou os seres humanos para O adorarem, a Ele somente. No Islão, o maior dos pecados possíveis de cometer, é o de adorar algo ou alguém que não Deus, mesmo que o adorador pretenda aproximar-se de Deus, oferecendo a sua devoção a outro ser. Deus, o Suficiente, não necessita de intercessores ou intermediários. Ele ouve todas preces e possui perfeito conhecimento de tudo o que acontece.
Ao mesmo tempo, Deus não necessita que Lhe prestemos culto, mas diz sentir-Se agradado se o fizermos. Ele é completamente independente de todas as coisas, enquanto que toda a criação é dependente d’Ele. Se todas as pessoas do Mundo se juntassem para, conjuntamente, adorarem somente a Deus, isso em nada beneficiaria a Deus, não acrescentaria um único átomo ao Seu majestoso domínio. Do mesmo modo, se toda a criação deixasse de adorar a Deus, isso em nada diminuiria o Seu domínio. Ao adorarmos a Deus, beneficiamos as nossas próprias almas e cumprimos o nobre objectivo para o qual fomos criados. Deus não possui necessidades algumas; Ele é o Eterno, o Absoluto.
O acto de prestar culto não se resume unicamente às práticas ou cerimónias religiosas tradicionais. O conceito de prestar culto é abrangente. Mudar uma fralda, honrar e cuidar de pai e mãe, apanhar um pedaço de vidro partido do passeio – tudo isto podem ser formas de adoração, caso sejam feitas com o intuito de agradarmos a Deus. Se alguma espécie de conquista, seja riqueza, trabalho, poder ou reconhecimento, tornar-se mais importante do que agradar a Deus, também isso acaba por ser uma forma de politeísmo.